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Pesquisa de laboratório curitibano aponta aumento expressivo de exames positivos para a Covid-19

Foto: Divulgação/Frischmann Aisengart

O Laboratório Frischmann Aisengart realizou um levantamento que aponta o aumento de quase 3 vezes no número de exames positivos para Covid-19 em novembro em relação a outubro. Além de um aumento de 65% na procura de exames, no mesmo período. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, o Paraná apresenta 306 mil casos da Covid-19 e mais de 6 mil óbitos, sendo que a capital, Curitiba, teve um aumento significativo, e já soma mais de 89 mil casos da doença e 1.862 óbitos até 08 de dezembro. O laboratório Frischmann tem vários tipos de exames laboratoriais relacionados a COVID, alguns deles utilizados para o diagnóstico da doença outros para o controle da imunidade adquirida.

Para Myrna Campagnoli, diretora médica do Laboratório Frischmann Aisengart – que integra a Dasa –, desde o início da pandemia aprendemos muito sobre a COVID e houve uma grande evolução na qualidade e sensibilidade dos testes diagnósticos e de acompanhamento da doença. “Estamos notando um aumento de casos em todo o país. No Paraná, especialmente em Curitiba, os números são preocupantes. Além dos cuidados com a higiene e o isolamento social, a realização dos exames corretos no momento mais adequado é extremamente importante e pode fazer diferença na curva de novos casos. No começo da pandemia, existia apenas uma metodologia para diagnóstico, o RT-PCR, e os testes rápidos para sorologia. Os testes rápidos para sorologia se mostraram com pouca sensibilidade e surgiram as sorologias sob coleta venosa em laboratório. Inicialmente apenas IgG, IGM e IgA. Atualmente temos disponíveis ensaios muito mais sensíveis com avaliação de anticorpos maduros. O RT-PCR continua sendo fundamental e o padrão ouro para diagnóstico, porém ganhamos diferentes metodologias que auxiliam o diagnóstico, como o antígeno viral -que é o exame com menor prazo de liberação do resultado- e outras metodologias moleculares, equivalentes ao RT-PCR, para identificação da presença do vírus na nasofaringe.”, explica.

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O teste de antígeno é coletado pelo cotonete – o swab de nasofaringe – e identifica proteínas do vírus SARS-CoV-2 que estão presentes nas vias aéreas e, assim, detecta a presença do vírus. O exame deve ser realizado do primeiro ao sétimo dia de sintomas sugestivos da doença e o resultado fica pronto em até quatro horas. O exame tem correlação de 89% com o RT-PCR, considerada a metodologia padrão-ouro para o diagnóstico da doença.

Já o RT-PCR é um teste de biologia molecular que detecta a presença do material genético do vírus (RNA SARS-CoV-2) por meio de uma amostra obtida pelo swab, a mesma forma de coleta do antígeno. “O exame identifica se o vírus está presente no organismo. Um PCR NÃO DETECTADO ou INDETERMINADO indica que o paciente não tem, no momento, partículas virais em quantidade suficiente para a identificação , ou seja, não está com a doença ou propagando o vírus. Em caso do resultado do teste ser POSITIVO, ou DETECTADO, o paciente está com a doença e ainda está transmitindo”, explica Myrna Campagnoli.

O laboratório possui ainda o RT-PCR para detecção da Covid-19 (SARS-CoV-2), realizado com o equipamento de Point of Care (POCT). A vantagem deste teste é a liberação mais rápida do resultado, em até 24 horas, o que pode contribuir para as decisões clínicas do hospital. “Com o menor tempo de entrega do resultado, a equipe médica consegue adotar medidas terapêuticas e de isolamento mais rápidas”, conta. O RT-LAMP Point Of Care é outro exame disponível no laboratório, que também identifica o material genético do vírus e tem seu resultado final liberado de forma bastante rápida, em até 24 horas.

A sorologia é um teste imunológico realizado por meio do sangue venoso do paciente. Ela avalia se os anticorpos (IgG e/ou IgM) foram produzidos, indicando, portanto, se a pessoa já teve contato com o vírus. O Frischmann recomenda realizar o teste a partir do 14º dia após o início dos sintomas em pacientes sintomáticos, ou da suspeita de infecção. “Como a produção de anticorpos só ocorre depois de um período mínimo da exposição ao vírus, respeitar esse prazo permite resultados mais assertivos. Muito importante lembrar que nem todas as pessoas que se expuseram ao vírus ou tiveram a COVID produzirão anticorpos detectáveis por exames. Além disso, o prazo sugerido é uma média, podendo ser menor ou maior por características individuais. Muito se ouviu falar em resultados falso-positivos ou falso-negativos. Essa situação foi frequente em relação ao IgM e IgA, muito utilizados no início da pandemia. Hoje, aprendemos que a COVID tem um comportamento atípico em relação a produção de anticorpos, e que o controle de imunidade deve ser feito pela dosagem de anticorpos totais e da IgG, que possuem maior sensibilidade e especificidade.”, afirma Myrna.

A Sorologia de Anticorpos Totais, realizada também por meio da coleta de sangue venoso, possui alta sensibilidade e avalia a presença de anticorpos maduros (mais específicos) de combate à doença, indicando se já houve o contato. “Em alguns casos, a dinâmica de aparecimento de IgG e IgM pela Covid-19 tem gerado dúvidas. Com a implementação dessa metodologia, nosso corpo clínico disponibilizou um teste com alta acurácia e precisão, e com interpretação mais fácil”, pondera Myrna.

O Algoritmo sorológico também é um exame com alta sensibilidade e que é realizado em duas etapas de testagem. Na primeira, é feito o exame de anticorpos totais e, caso positivo, é executado um segundo exame para identificação de anticorpos IgG e IgM. E por fim, seguindo a recomendação da ANS e de sociedades médicas, a dosagem exclusiva dos anticorpos IgG, associado ou não a dosagem dos anticorpos totais, indicam se o nosso corpo produziu anticorpos de fase tardia, geralmente detectáveis a partir do 14º dia de sintomas. “O isolamento social, as medidas de higiene e a testagem continuam sendo a melhor opção para lidarmos com a pandemia enquanto não temos a vacina para o combate da Covid-19. Se houver sintomas da doença ou contato próximo com doença confirmada, o melhor é procurar o especialista da sua confiança para que ele possa indicar qual exame deve ser realizado”, finaliza Myrna.


COLABORAÇÃO: ASSESSORIA FRISCHMANN AISENGART

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