Diário de Curitiba

Usar fones de ouvido por muito tempo pode causar zumbidos e até surdez, alerta especialista

Foto: Ilustração/Pixabay

Os fones de ouvido se tornaram acessórios de primeira necessidade durante a quarentena e o isolamento social devido a pandemia do novo coronavírus. Seja em reuniões de trabalho, em aulas online, nas aulas das crianças, ou para passar o tempo mesmo, os assessórios tem sido uma companhia indispensável. O problema é que o uso excessivo do fone de ouvido pode prejudicar os ouvidos, causando zumbido e até a surdez  precoce.  

A pesquisadora Tanit Ganz Sanchez, Fundadora e Diretora do Instituto Ganz Sanchez, explica que apesar de ser uma invenção maravilhosa e transformadora, o uso do fone de ouvido de maneira errada ou abusiva pode prejudicar a saúde, em especial a dos ouvidos, porém não exclusivamente. “O dano costuma ser decorrente de excesso de volume e/ou excesso de tempo e/ou vulnerabilidade individual de cada pessoa, ou ainda, todos os fatores juntos”, explica.

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De acordo com a pesquisadora o zumbido nos ouvidos é causado pela lesão temporária ou definitiva das células ciliadas. Localizadas no ouvido interno (cóclea), essas células alongam e encurtam repetidamente quando estimuladas por vibrações sonoras. Ao serem estimuladas por altos níveis de vibrações sonoras, como os causados por uma explosão, fogos de artifícios, o som alto de um fone de ouvido ou em um show, por exemplo, essas células ciliadas ficam sobrecarregadas e podem sofrer lesões temporárias ou definitivas.

A fim de compensar a perda de função das células ciliadas lesionadas ou mortas, as regiões vizinhas passam a trabalhar em um ritmo mais acelerado do que o normal, o que dá origem ao zumbido nos ouvidos, explicou Sanchez.

Redução da capacidade auditiva

A perda dessas sinapses, causada pela exposição a altos níveis de ruído, pode provocar, além da diminuição da capacidade auditiva, alterações neurais em vias auditivas que reduzem a tolerância ao nível de som, como se observou nos adolescentes participantes do estudo, apontaram os pesquisadores.

“O zumbido nos ouvidos e a menor tolerância a níveis de som manifestadas pelos adolescentes participantes do estudo podem ser indícios de perdas de sinapses das células ciliadas que não são detectadas em exames audiométricos”, afirmou Sanchez. “Por isso, pode parecer que não há lesão na via auditiva, mas, na verdade, a lesão é que não aparece na audiometria, dificultando o diagnóstico”, ressaltou.

O uso frequente de fones de ouvido e a exposição a ambientes barulhentos, por crianças e adolescentes até os 20, 25 anos, por exemplo, a perda de sinapses tende a continuar progredindo e eles podem ter problemas de surdez enquanto ainda são jovens, estimou Sanchez.

Dra. Tanit explica a diferença entre os modelos de fone de ouvido mais usado: 

  1. Fones circumaurais: cobrem toda a orelha e, por isso, oferecem um bloqueio físico à captura dos ruídos externos. Assim, não é necessário aumentar tanto o volume. Têm a melhor qualidade de som.
  • Fones supra-auriculares: também são grandes, mas ao invés de envolverem as orelhas, ficam sobre elas. Então, o bloqueio físico para os sons ambientes é menor.
  • Fones auriculares: são os mais usados, pois já vêm com os smartphones. São colocados próximo à entrada do canal auditivo, mas sem vedá-lo. Não bloqueiam a entrada de sons do ambiente.
  • Fones intra-auriculares: São os menores. Encaixam-se dentro do canal auditivo e bloqueiam a entrada de sons ambientais.

*Fotos meramente ilustrativas/Divulgação

Confira algumas dicas para preservar a saúde auditiva, que podem ser seguidas em paralelo à orientação médica individual para cada caso:

1. Ao usar os fones de ouvido, evite ultrapassar a metade da potência do seu aparelho ou usar mais que 2 horas seguidas. Isso faz MUITA diferença para a segurança dos seus ouvidos!

2. Alimente-se bem, de 4 a 6 vezes por dia, sem “pular refeição”. Evite excesso de cafeína, doces, álcool e nicotina.

3. Diminua o tempo de contato do celular com o ouvido, use mais o viva-voz ou fone e troque algumas ligações por mensagem de texto.

4. Estimule seus ouvidos com baixo volume de música suave ou outros sons agradáveis.

5. Evite auto-medicação, pois certos medicamentos podem causar zumbido.

6. Incorpore mais atividades de prazer na sua vida: atividade física, passeios, relacionamentos saudáveis, cinema etc. Momentos de felicidade ajudam a restaurar nossos os órgãos, inclusive os ouvidos.

7. Alivie seu estresse com atividades relaxantes, como yoga, meditação, Tai-Chi, Chi-Cong etc.

8. Informe-se! Acesse as palestras gratuitas do Grupo de Apoio Nacional a Pessoas com Zumbido (GANZ) na TV Zumbido (www.tvzumbido.com.br).


Colaboração Assessoria de Imprensa

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