Diário de Curitiba

Com avanço da pandemia, hospitais do Paraná podem entrar em colapso financeiro

Foto: Ilustração/Paolo Miranda

Em reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembléia Legislativa do Paraná (Alep) sobre o atual cenário da Covid-19 no estado, na última quinta-feira (11) o presidente da Fehospar – Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviço de Saúde no Estado do Paraná, Rangel da Silva, alertou para o risco de colapso financeiro de hospitais em decorrência da elevação drástica de custos provocada pela pandemia. 

O presidente da Fehospar mencionou aumentos de até 1000% no preço de insumos como medicamentos. No caso de equipamentos, as dificuldades são ainda maiores. Aparelhos como as bombas de infusão, necessárias em quantidades de até seis por leito, tiveram altas severas.

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Rangel da Silva explicou que o atual repasse financeiro por UTI é apenas uma fração do custo que está sendo absorvido pelos hospitais e pediu que a frente apresente medidas de custeio para evitar um colapso financeiro. “Nesse momento, o que precisa de ajuda é a emergência, que está no nosso colo”, disse. “Os hospitais não vão aguentar. Vai acabar havendo colapso financeiro, e aí será pior. Se a gente não paga o fornecedor, ele não entrega”, alertou.

Cenário crítico

O presidente da Fehospar reforçou os alertas sobre a gravidade do atual cenário da pandemia no Paraná. Ele lembrou alguns dos problemas que vêm sendo enfrentados pela área da saúde no combate contra o coronavírus, como equipes exauridas e escassez de insumos — sobretudo medicamentos para intubação.

Rangel da Silva alertou, ainda, para o risco de a infraestrutura não ser suficiente para garantir o suporte de oxigênio — não pela falta do gás, mas por limitações estruturais como os tamanhos dos tanques das unidades de saúde. “Os hospitais estão tentando aumentar o número de leitos para dar suporte à demanda, mas não chegarão ao número necessário”, disse. “A infraestrutura não vai aguentar essa demanda.” 

O presidente da federação fez um apelo para que haja união política em torno do combate ao Sars-Cov-2. “O inimigo comum é o vírus. Se não nos unirmos e tivermos estratégias desde a atenção básica até a hospitalar, vamos perder para ele. Teríamos de estar dias à frente do vírus, mas percebemos que estamos um mês atrás.”

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