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Um corpo público, qualquer violência é pública

Assim como a criança, o feminino, a mulher(cis/trans) numa sociedade machista é um corpo público. Todos olham e sorriem. Tocam sem pedir.  Apalpam. Beijam. Passam a mão. Gritam. Batem. Violentam psicologicamente, fisicamente, economicamente. Exploram no privado e no público. Com o público. Exploram em conluio. Em parceria. Em conjunto. Juntos.

Juntos decidem que esses corpos são públicos. A criança e tudo que não for masculino é público.

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Público:
adjetivo

1. relativo ou pertencente a um povo, a uma coletividade.

2. relativo ou pertencente ao governo de um país, estado, cidade etc.

Estamos em 2022 e vivemos em uma sociedade que não aprendeu a tratar como pessoa, crianças e mulheres(cis/trans).

Enquanto a nossa educação for baseada em uma ideologia de gênero pautada na heterossexualidade, na cisnormatividade e na misoginia, crianças e mulheres serão tratadas como objeto Público e não enquanto pessoas de direito.

“Jussara não entendi, me explica, como assim ideologia de gênero heterossexual?

Tem um exemplo ótimo pra entender: Pensa em vídeos de “Chá Revelação”.

Uma festa para revelarem o que a criança tem no meio das pernas. Tem presente para a criança? Sim. Tem pessoas felizes pela chegada da criança? Sim. Mas a festa é para contar pra todo mundo o genital da criança. Os vídeos postados mostram, em maioria, as pessoas muito felizes com a revelação que é um pênis, e em maioria, tristes quando é uma vagina.

Não existe um ser com direitos aqui. É um feto. Uma possibilidade de criança. E as pessoas comemoram ou ficam tristes com o que é revelado o que tem no meio das pernas. Ou seja, uma ideologia Machista Hetero-normativa.
Cisnormatividade com a ideia “Menino veste azul e Menina veste Rosa”. E vamos combinar, é uma campanha horrorosa se tratando do mundo que vivemos. Que no passado O Rosa era a cor masculina e o azul cores femininas. Ou seja, é pura reprodução coletiva de um controle de corpos baseado no genital dos indivíduos.

O corpo que nasce público deixa de ser público quando ele é lido como um homem. E todo corpo feminino continua público, aos homens.

Um dos meus anseios em aumentar o nº de mulheres na política e saber que quanto mais mulheres lá, mais nós estamos daqui dialogando assertivamente com a sociedade. É necessário colocar mulheres nos espaços que homens por anos impediram mulheres de ocupar, principalmente porque ocupar esses espaços é dizer que nossos corpos não são públicos. É fazer uma política feminina.

É fazer política pública com eficiência e eficácia.
Pesquiso o que homens falam na política sobre mulheres. Pesquiso os discursos de 1823 até 1932. A discussão é a mesmas se tratando de violência contra crianças e contra mulheres: “vamos aumentar a pena. Vamos castrar. Vamos matar”.
Faz 199 anos que homens políticos repetem o mesmo discurso e as violências não cessam. Já deu tempo deles, mostrarem incompetência na criação de leis e políticas públicas eficazes. Passou o segundo de mudar as pessoas eleita, essa maioria de homens, brancos, ricos tem que acabar. Tem que eleger outros homens e de preferência 50 % de Mulheres.  No ideal pra gente testar mesmo com formação de dados, pra podermos refutar a ideia “Lugar de mulher não é na política”, advogo que temos que eleger por pelo menos 50 anos, 90% de mulheres.

Grande abraço de coração colado em tu que chegou até aqui e lembre-se criança é gente, é pessoa. Meninas, Mulheres cis e trans são gente. Pessoas. Não são corpos públicos.

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