Diário de Curitiba

Sou uma ex-workaholic

Foto: Melissa Reinehr. Acervo pessoal.

Melissa Reinehr

Sou uma ex-workaholic que, até pouco tempo atrás, se orgulhava de trabalhar incansavelmente em projetos e problemas demais. Eu não entendia porque era tão viciada em fazer coisas. Tentava preencher aquele vazio dentro de mim com tudo, menos com o que eu realmente precisava.

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Em 2020, a quarentena dobrou a sobrecarga de trabalho e as atividades culturais, que aliviavam minha exaustiva rotina, foram suspensas. A tristeza pelas tragédias quotidianas subiu a níveis insustentáveis e eu cruzei a barreira da exaustão incontáveis vezes. Dor nas costas, na cabeça, confusão mental, sono, falta de ânimo – tudo isso eu atribuí à “idade” e segui firme, negligenciando sistematicamente as minhas necessidades existenciais básicas. 

O meu corpo estava dando todos os sinais de que algo estava errado e eu ignorei solenemente. Precisei de uma inflamação aguda no ciático, que me travou completamente, para finalmente priorizar a mim mesma. Aquela dor insuportável, dia e noite, me impedia de trabalhar, descansar, curtir, estar com a família. E, detalhe, me diziam que “isso é coisa da idade”, “não tem cura” e eu iria “aprender a conviver com a dor”. 

Foi difícil encarar o espelho. Eu sabia que era responsabilidade minha o que estava acontecendo e eu não fazia ideia de como resolver. Na época, eu achava que o meu jeito de ser era um defeito que eu tinha que consertar. Eu não sabia que os meus traços de personalidade, como “fazer, fazer, não cansar e fazer mais”,  eram parte de um tesouro, cujo ouro estava à minha disposição para me proteger e me beneficiar. Não para me adoecer.

“As respostas que você busca, já estão em você”, foi uma das coisas que eu aprendi com o meu processo de análise. Encarei o espelho, tratei dores antigas, sanei conflitos interiores e rompi ciclos sem sentido. Continuo em processo. Me considero uma ex-workaholic convicta aprendendo a me respeitar e me aceitar como eu sou e criando uma rotina mais gostosa e produtiva.  

E você? Como você está? Como está a sua rotina? Você já parou para observar os seus ambientes? Onde você se sente realmente plena? Já fez uma “faxina de fim de ano” nas situações que tiram seu sono e sua vitalidade? Se você é uma workaholic convicta, não espere seu corpo adoecer, como eu fiz. Comece a se priorizar já, hoje mesmo! Quanto antes você perceber a raiz do problema, melhor para você e para as pessoas ao seu redor. 

Observe as suas emoções e pensamentos atentamente. Talvez o seu corpo já tenha dado o sinal de alerta. Me conta lá no perfil do Instagram @sare.analisecorporal

Melissa Reinehr é Analista Corporal e Comportamental.

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