Diário de Curitiba

Musical “O Bem Amado Musicado” presenteia público com canções inéditas e atuação ímpar

Foto: Humberto Araujo

Em duas apresentações no Guairão (03 e 04 de abri), o musical O Bem Amado Musicado, cumpriu além do seu papel no Festival de Curitiba. Com atuação ímpar do elenco e canções inéditas de Zeca Baleiro dirigidas por Marco França, o espetáculo foi um presente para o público, que curtiu cada segundo do show.

Ricardo Grasson. diretor do espetáculo, fala do desafio de adaptar sua obra, sabendo do poder da versão televisiva no imaginário popular. Baseado na obra de Dias Gomes, ele foi buscar conexão com a intenção do autor e mergulhou coletivamente numa história que resume o país, com personagens caricatos e realismo fantástico do cotidiano.  

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O Bem Amado Musicado é o principal espetáculo musical da Mostra Lucia Camargo, no Festival de Curitiba. Conta a história da cidade de Sucupira, que não tinha um cemitério para enterrar seus mortos. Em cima da promessa de resolver o problema dos Sucupirenses, Odorico Paraguaçu (Cássio Scapin, o Nino do Castelo Rá-Tim-Bum), faz campanha política prometendo a construção do cemitério, e ganha!

Como prefeito ele cumpre sua promessa, constrói o cemitério, mas desviando verba de necessidades mais urgentes da cidade, e, assim, o povo perece. Sem educação, saneamento básico e cultura, único problema que Odorico enxerga, é sua promessa de inaugurar o cemitério apenas quando tivessem o primeiro óbito na cidade. Mas por incrível que pareça, ninguém morre. A partir daí, ele vai criando artimanhas para conseguir um morto, e vai se enroscando na própria teia.

Inimigo da imprensa, ele tenta censurar o jornal local, sem sucesso! Até um criminoso ele traz de volta à cidade, Zeca Diabo (Marco França), perdoando seus crimes, Odorico espera que o meliante cometa um novo assassinato. Fracassa novamente, pois o bandido arrependido agora quer ser bom e até vira delegado.

Em cima desse enredo cheio de reviravoltas, o musical tem forte crítica política. Fala das politicagens de privilégios, das maracutaias e censuras, do abuso de autoridade, das falácias e crimes políticos. É incrível como uma peça escrita em 1962 consegue ser atemporal quando trata-se de politica. Era sobre o ontem e é sobre hoje. Com essa mensagem tão importante, sobre a corrupção política, a adaptação de Grasson foi aplaudida de pé por quase quatro mil pessoas em dois dias de exibição.

Para reconstruir a pequena, seca, rude, litorânea e quente cidade de Sucupira, Grasson usa referências dos filmes de Federico Fellini, da xilogravura nordestina moderna e do teatro popular brasileiro para criar o clima vibrante e alegre como a melhor face do país. “É o Brasil real falando de si mesmo”, expressa o diretor.

Confira fotos: Fotos Virginia Benevenuto

FICHA TÉCNICA

Velloni Produções Artísticas @obemamadomusicado e @velloni.producoes

Elenco: Cassio Scapin, Marco França, Eduardo Semerjian, Rebeca Jamir, Luciana Ramanzini, Kátia Daher, Ando Camargo, Heitor Garcia, Magno Argolo e Roquildes Júnior. Músicos: Marco França (piano, clarinete, violões, lira e percussão), Bruno Menegatti (violões e rabeca), Daniel Warschauer (sanfona), Roquildes Júnior (percussão). Autor: Dias Gomes. Direção: Ricardo Grasson. Produção: Rodrigo Velloni. Letras e Músicas: Zeca Baleiro e Newton Moreno. Arranjos: Zeca Baleiro e Marco França. Direção Musical e Música Original (Instrumental): Marco França. Cenário: Chris Aizner. Desenho de Luz: Cesar Pivetti. Figurino: Fábio Namatame. Direção de Movimento e Coreografia: Katia Barros e Tutu Morasi. Designer Gráfico e ilustrações: Ricardo Cammarota. Fotografia: Ronaldo Gutierrez. Preparação Vocal: Marco França. Visagismo: Alisson Rodrigues. Adereços: Kleber Montanheiro. Diretor Assistente: Pedro Arrais. Assistente de. Direção: Heitor Garcia. Designer de Som: Fernando Wada. Operador de Som: Lucas Onodera. Direção de Palco: Jones de Souza. Camareira: Consuelo Campos. Contrarregra: Eduardo Portella. Assistente de Luz e Operador: Rodrigo Pivetti. Microfonista: Ana Mendes. Cenotécnico: Alicio Silva. Produção Executiva: Swan Prado. Assistente de Produção: Adriana Souza. Redes Sociais e Assistente de Designer Gráfico: Daniela Souza. Assessoria de Imprensa: Pombo Correio. Assessoria Jurídica: Martha Macruz de Sá e Vinícius Precioso. Gestão Financeira: Vanessa Velloni. Idealização: Ricardo Grasson e Cassio Scapin. Administração: Velloni Produções Artisticas. Realização: Sesc SP

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