O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Nesse mês, que celebra o Dia Nacional de Alerta para o Glaucoma, há muito para comemorar. A boa notícia é um sistema de implante inovador. Do tamanho de um único cílio e minimamente invasivo, o XEN45 (pronuncia-se ZEN), da AbbVie, é um implante ocular micro incisional para tratamento da doença, que começa a ser utilizado no Brasil, em pessoas que tiveram insucesso com tratamentos anteriores com colírios e outras cirurgias.
Sendo uma doença ocular complexa, o glaucoma pode danificar o nervo óptico, causando perda progressiva e irreversível da visão. Nas formas mais comuns, apresenta aumento da pressão intraocular. É também chamada de “doença silenciosa”, porque o paciente percebe seus sinais quando pode estar em estágio avançado, uma vez que a perda de visão começa pelas laterais do olho até chegar à visão central. A visão perdida não é recuperada e, por isso, a meta dos tratamentos é retardar a progressão da doença, controlando essa perda.
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O Paraná saiu na frente sendo o pioneiro em realizar o procedimento. A médica responsável por esse feito é a oftalmologista e professora associada de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Heloisa Russ. Segundo ela, este é um processo minimamente invasivo, com duração de cerca de 30 a 40 minutos, com boa taxa de sucesso, mantendo a pressão intraocular controlada, o que pode diminuir a necessidade de aplicação diária de colírios. “Mas somente um especialista pode definir se há indicação para o procedimento”, adverte a oftalmologista.
No Brasil, o XEN45 está aprovado pela ANVISA para o controle de glaucoma de ângulo aberto refratário, em que tratamentos anteriores tenham falhado. Deve ficar disponível para pacientes brasileiros a partir desse mês de maio. Já presente em diversos países do mundo, ele é indicado para diminuir a pressão intraocular, uma das principais causas do glaucoma, doença progressiva que pode levar à cegueira irreversível.
Dr. Ike Ahmed, professor assistente da Universidade de Toronto e chefe da divisão de Oftalmologia da Trillium Health Partners, em Ontario/Canadá, afirma que com o uso do implante, é possível redução na necessidade de aplicação diária de colírios.
Com isso, esperamos diminuir a progressão desta doença que leva à cegueira e melhorar o seu prognóstico a longo prazo. Este novo procedimento pode também facilitar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida de nossos pacientes. Em pacientes idosos, por exemplo, a aplicação correta e diária de colírios pode ser um desafio. Por isso, um implante permanente e flexível, com um melhor perfil de segurança e de recuperação, pode contribuir para sua melhor adesão e, consequentemente, melhores resultados do tratamento”, diz Dr. Ahmed.
Dr. Ahmed é reconhecido mundialmente como um dos principais pesquisadores e oftalmologistas, tendo sido premiado por sociedades médicas e publicações cientificas ao redor do mundo. Ele detalha que o XEN é implantado sob a parte branca do olho e foi concebido para iniciar sua ação tão logo o procedimento é realizado por especialista treinado.