Diário de Curitiba

Estudantes de escola pública do Paraná aprendem Matemática e Física com carrinhos de rolimã e conquistam prêmio 

Foto: Divulgação

Utilizando conceitos de física e matemática, alunos do Colégio Estadual do Campo de Lagoa Seca – escola pública de Ensino Médio Integral em Candoi, no interior do Paraná, – criaram um protótipo de carrinho de corrida movido à força mecânica. A iniciativa faz parte de uma unidade curricular da parte diversificada do modelo de ensino, chamado componente curricular eletivo, e rendeu aos estudantes o prêmio de Inovação e Criatividade no evento Corrida Maluca, organizado pelo curso de engenharia mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), na edição EduTech de 2023. A competição contou com a participação de outras 14 instituições de ensino, entre elas universidades e escolas privadas e públicas.

O projeto “Velozes e Furiosos” foi desenvolvido de forma colaborativa pela professora e coordenadora de área, Núcleo de Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais (NTPPS) e Estudo Orientado, Gabriela Folmer, junto aos discentes do 1º e 2º ano do ensino médio. O intuito, segundo a educadora, é dialogar com a área de conhecimento de física, matemática e suas linguagens, por meio do aprendizado na prática e do protagonismo juvenil, além de contemplar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de forma dinâmica, desde a abordagem de conhecimentos prévios até a teoria.

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“Nesta proposta, os estudantes utilizam suas habilidades científicas, motoras e criativas para elaboração e construção de carrinhos de rolimã. Assim, aprimoram o conhecimento na física, envolvido nos protótipos e seus movimentos; na matemática, presente nas dimensões, medidas e cálculos; nos domínios artísticos para a temática, pintura e performances; na oratória para apresentação; no senso crítico; assim como outras diversas áreas”, explica Gabriela.

Aprendendo na prática 

Verdadeiros protagonistas, os alunos estiveram envolvidos com a ação desde o começo, como conta o diretor, Cleiton José Kloster. “Eles iniciaram o projeto confeccionando carrinhos de rolimã com material reciclado, fazendo experimentos e cálculos para aprimorar a velocidade dos mesmos. Da escolha dos materiais, da carenagem do carro, até outros quesitos, como pintura, todos os participantes fizeram parte das decisões e processos”, salienta.

Para colocar em prática os conceitos aprendidos em sala de aula e visualizar as possibilidades de aplicação no dia a dia, a professora Gabriela estimulava constantemente os estudantes, através de perguntas propositivas, que os faziam pensar e resolver coletivamente os problemas que enfrentavam ao longo da execução. “Durante a corrida, nossos jovens conseguiram concluir com êxito o circuito, lidando com diversos sentimentos, como a pressão, medo, senso de competição, respeito e trabalho coletivo. Tudo fruto de um ensino multidisciplinar, que promove a formação não apenas profissional, mas para a vida”, reforça a professora.

Protagonismo juvenil 

Outro pilar do Ensino Médio Integral é o protagonismo juvenil, que busca estimular nos estudantes o sentimento de liderança e responsabilidade, além de colocá-los no centro de todo o processo de aprendizagem. Um quesito que, segundo o aluno Daniel Lodewig, proporciona uma ótima experiência, com atividades e eletivas diferentes.

“A oportunidade de participar da competição, por exemplo, surgiu de uma eletiva que temos no nosso colégio, em que vimos a proposta da UTFPR para a construção de um carrinho movido a força apenas da gravidade. Minha colaboração foi no desenvolvimento do protótipo e também como piloto durante a corrida”, conta Daniel.

Graças ao empenho de todos, a escola foi agraciada com um valor de R? 500. Parte do dinheiro foi revertido para alguns itens da confecção do carrinho e o restante para complementar o valor da visita ao Parque Tecnológico Newton Freire.

Tempo Integral 

Atualmente, o Paraná conta com 253 escolas de Educação em Tempo Integral, sendo 44 de ensino médio, 96 de ensino fundamental e 113 que contemplam as duas modalidades. No que se refere a esse modelo, o estado tem com colégios agrícolas, colégios que ofertam o curso de formação de docentes do novo ensino médio, colégios do programa Paraná Integral (que ofertam educação integral em tempo integral), entre outros.

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