Diário de Curitiba

Estopim completa 10 anos com mostras, oficinas e publicação inédita

Luana Navarro e Guilherme Jaccon, idealizadores da plataforma Estopim. Foto: Soraya Tempo

A plataforma Estopim, criada há 10 anos para difundir projetos de artistas que trabalham com artes gráficas e impressas, está com uma programação intensa e que abrange mostras, ações formativas, publicação comemorativa, feira e um circuito de artes gráficas, além de disponibilizar seu acervo em uma biblioteca física, com múltiplos e publicações de artistas independentes. O projeto que começou em dezembro com convocatórias abertas para todo Brasil, tem atividades que ocorrem até outubro em Curitiba, Londrina e Maringá.

A ideia, que teve início em 2014, aconteceu quando os artistas e produtores Luana Navarro e Guilherme Jaccon se conheceram e decidiram criar um espaço que saísse dos formatos tradicionais expositivos. “A gente já pesquisava o universo dos impressos e decidiu fazer algo que fosse mais democrático”, afirma Luana. Com o caráter acessível e democrático da iniciativa, o primeiro evento reuniu 500 pessoas, estabelecendo um marco importante no cenário artístico local. “Foi um público alto de visitação. Vimos que esse era um caminho que tinha interesse do público que consome e também de quem produz”, completa.

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Depois disso, não pararam mais. Na pandemia, por exemplo, a Estopim aconteceu de maneira online com um web site, lives de palestrantes, uma publicação experimental e venda de trabalhos. “O interessante sempre foi poder gerar renda e movimentar o circuito da arte. Por isso, nosso projeto envolve sempre muitas pessoas”, diz Jaccon. 

Para Guilherme, que pondera sobre o meio das artes visuais ser um universo solitário, as edições das feiras atuam para mostrar a importância do coletivo. “A Estopim conseguiu dar ênfase aos fazeres coletivos e fomentou a criação de novos espaços onde o legal é justamente o encontro direto entre o público e os artistas, com foco em humanizar essa relação no campo das artes”. 

Em 2025, o projeto se expande com a abertura do Acervo Estopim para consulta na Alfaiataria Espaço das Artes, na Rua Riachuelo, polo cultural de Curitiba. Essa biblioteca, que conta com uma coleção de 600 itens, incluindo serigrafias, publicações, fanzines e algumas obras raras, será um espaço aberto de pesquisa, consulta, com higienização e catalogação feita por Joanes Baraúna, curadora independente com experiências em acervos museológicos.  

Ainda, através de chamadas abertas ao público, foram selecionados artistas para ministrar oficinas online que tenham relação com o tema das artes impressas. Também através de chamadas, serão escolhidos quatro trabalhos para as “Exposições de Mesa”, mostras que buscam quebrar as tradições nas exposições, oferecendo um espaço relacional, onde os artistas são convidados a interagir diretamente com o público. 

Londrina e Maringá

Além de reservar cotas para artistas do interior do Paraná em suas convocatórias, a Estopim leva em maio, parte de seu acervo para exposições em Londrina e Maringá. “A ideia é também fomentar a cultura gráfica no interior, já que tem bastante gente com criações importantes por lá”, afirma Luana. 

Na cidade de Londrina, a exposição acontece no Grafatório, um espaço cultural coletivo, onde também funciona um selo editorial e uma gráfica experimental. Já em Maringá, a mostra acontece na Universidade Estadual de Maringá (UEM), em parceria com a coordenação do curso de Artes Visuais. 

A mostra leva cinco eixos como pesquisa curatorial: a arte postal, exposições impressas, pesquisas de artistas na universidade, publicações LGBTQIA+, além das várias materialidades da arte impressa. “A intenção é fazer o acervo circular e fomentar a cena além de Curitiba e nessas cidades, tem muitas pessoas que sempre participaram das feiras da Estopim”, diz Jaccon.  

Mapeamento

Em Curitiba, numa parceria com a plataforma Arte Logo Ali, que desenvolve  projetos de arte que tenham iniciativas de acessibilidade, diversidade e inclusão, a produtora Talita Braga vai desenvolver um Circuito de Impressos entre agosto e setembro. 

Este trajeto deve ser realizado de maneira presencial e vai passar por ateliês, comércios e livrarias independentes que tenham a arte gráfica como eixo. Após, com os locais mapeados, a Estopim vai disponibilizar de maneira online e impressa, um mapa bilíngue de distribuição gratuita e visitas guiadas.

Exposição, Feira e Publicação

Também em agosto, acontece a Exposição de Acervo Estopim, resultado do 1º Grupo de Estudos em Curadoria da Plataforma Estopim, curada por alunos de universidades públicas e privadas de Curitiba, que ganharão bolsa para utilizar o acervo da Estopim como pesquisa. Este grupo terá a coordenação da professora da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), Isadora Matiollii e deve escolher trabalhos que entrarão em exposição por um período de dois meses na Alfaiataria. 

Para encerramento do projeto, em outubro, haverá a tradicional Feira Estopim, que também ocorre na Alfaiataria e conta com a presença de artistas do Brasil todo exibindo e vendendo suas produções.

Ainda, haverá a distribuição de uma publicação organizada pela artista e pesquisadora Gabriela Bressola, com a publicação de dez trabalhos de artistas de todo o Brasil.

 

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