A Doença de Crohn é uma condição crônica que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, especialmente o íleo terminal e o cólon. Segundo o Ministério da Saúde, a enfermidade provavelmente é provocada por desregulação do sistema imunológico em pessoas com predisposição genética e pode causar sintomas como dor abdominal, diarreia, sangramento nas fezes e febre.
De acordo com a pasta, o tratamento da Doença de Crohn foca no controle da inflamação e alívio dos sintomas com medicamentos, dieta e acompanhamento clínico. Em casos complexos, a cirurgia pode ser necessária, e o manejo adequado da Doença de Crohn exige capacitação médica contínua, especialmente no uso de novas tecnologias, conforme destaca estudo do Brazilian Journal of Health Review.
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Cirurgia Minimamente Invasiva
O Dr. Alexander Rolim, cirurgião do aparelho digestivo, especialista em Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) do Instituto Medicina em Foco, destaca que técnicas minimamente invasivas têm transformado a abordagem cirúrgica na Doença de Crohn — especialmente para pacientes que enfrentam múltiplas cirurgias ao longo da vida.
“Minimizar o trauma cirúrgico é essencial. Com videolaparoscopia e cirurgia robótica, reduzimos dor, tempo de internação e risco de infecção. O paciente pode voltar mais rápido às atividades e com menos impacto emocional”, explica o médico.
O Dr. Alexander Rolim elenca as principais características da Cirurgia Robótica para tratamento da Doença de Crohn:
- Precisão e preservação de tecido saudável;
- Menor risco de aderências e sangramentos;
- Visão 3D aumentada e instrumentos articulados;
- Segurança em procedimentos delicados, como cirurgias de fístulas profundas e segmentos do intestino delgado.
O especialista destaca, ainda, a aplicação de células-tronco mesenquimais como outro avanço significativo no tratamento de fístulas perianais complexas associadas à Doença de Crohn. Segundo ele, a abordagem tem se mostrado eficaz sobretudo em pacientes que não respondem às terapias convencionais.
“Estudos apontam taxas de fechamento superiores a 50%, com menos efeitos colaterais e menor índice de reaparecimento de fístulas perianais. Trata-se de uma alternativa que pode transformar a realidade de quem convive com um dos sintomas mais limitantes da doença”, afirma o coloproctologista.
Impacto dos avanços na experência do paciente
Segundo o Dr. Rodrigo Barbosa, cirurgião especialista em Doença de Croh do Instituto Medicina em Foco, os avanços tecnológicos — como a cirurgia robótica, técnicas minimamente invasivas e uso de marcadores genéticos — permitem uma abordagem cada vez mais personalizada.
“Isso significa indicar o tipo de cirurgia ideal para cada paciente, com menos dor, menor tempo de recuperação e maior preservação da qualidade de vida. Além do benefício físico, o impacto é também emocional: tratar a complicação com precisão significa devolver ao paciente sua autonomia, reduzindo quadros de ansiedade e até depressão associados à doença”, afirma o médico.
Apesar dos ganhos, o uso dessas tecnologias ainda enfrenta obstáculos, como altos custos e necessidade de estrutura especializada. Nesse cenário, Barbosa defende políticas públicas que incentivem parcerias com centros de referência, para ampliar o acesso às terapias modernas.
Inteligência Artificial (IA) no Tratamento da Doença de Crohn
Além de atuar com tecnologias cirúrgicas e biotecnológicas, o Instituto Medicina em Foco também investe no uso de inteligência artificial (IA) para o cuidado com pacientes que convivem com a Doença de Crohn.
Nesse contexto, a empresa desenvolveu o Mefia, uma IA médica focada exclusivamente no apoio ao diagnóstico, triagem e acompanhamento de Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) com base em evidências científicas.
A Mefia tem como objetivo principal atuar ao lado da equipe médica para avaliar sintomas e risco de complicações com base em dados clínicos, sugerir caminhos diagnósticos e etapas de tratamento conforme diretrizes atuais e acompanhar a jornada do paciente com lembretes de exames, adesão ao tratamento e orientações personalizadas.
“A IA não substitui o médico, mas amplia sua capacidade de decisão e oferece mais precisão no cuidado com pacientes com Crohn e outras DIIs, como a retocolite ulcerativa. Com a Mefia do Nudii, queremos antecipar riscos, identificar padrões clínicos e orientar o paciente com mais clareza desde o primeiro atendimento”, explica Dr. Rodrigo Barbosa.
Maio Roxo passou, mas a conscientização sobre futuro do tratamento da Doença de Crohn continua
Neste cenário de inovação, a campanha Maio Roxo possui um papel fundamental ao ampliar a visibilidade das Doenças Inflamatórias Intestinais, ainda pouco conhecidas fora do meio médico.
Para os médicos especialistas do Instituto Medicina em Foco, iniciativas como essa reforçam a importância do diagnóstico precoce, do acompanhamento especializado e do acesso a tratamentos modernos.
Segundo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a campanha busca ampliar o debate público sobre diagnóstico precoce e tratamento adequado, essenciais para melhorar a qualidade de vida, já que não há cura para a doença.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), divulgados pela EBSERH, as DIIs, incluindo a Doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, afetam mais de cinco milhões de pessoas no mundo, e no Brasil há cerca de cem casos para cada cem mil habitantes.
Dr. Rodrigo Barbosa ressalta que o movimento informa sobre sintomas e fortalece o debate sobre o acesso a tecnologias avançadas e tratamentos modernos, o que inclui terapias biológicas, cirurgia robótica, uso de IA na triagem e intervenções com células-tronco, além de empoderar pacientes e pressionar por avanços no sistema de saúde.