Ícone do site Diário de Curitiba

PEC 66 propõe mudança no cálculo dos precatórios

Está em tramitação no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, que prevê mudanças significativas na forma de correção dos precatórios – dívidas judiciais reconhecidas pelo poder público. Atualmente, esses débitos são corrigidos pela taxa Selic. A PEC propõe que o índice seja alterado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acrescido de 2% ao ano.

O sócio gestor da Sonar Precatórios, Ricardo Ribeiro, destaca que a mudança, defendida por parte do governo como uma forma de “dar mais previsibilidade e sustentabilidade fiscal”, é vista por especialistas e credores como uma medida que desvaloriza o montante a ser recebido. “Isso porque a Selic, nos últimos anos, tem se mantido acima da inflação, o que garante uma maior atualização dos valores. Já o IPCA+2% tende a ser menos vantajoso para quem tem precatórios a receber”, afirma.

Clique aqui agora e receba todas as principais notícias do Diário de Curitiba no seu WhatsApp!

 

 

 

Ele destaca também que outra crítica diz respeito ao impacto nos direitos dos credores, que já enfrentam longas filas e atrasos no pagamento. A troca do índice pode representar, na prática, uma perda significativa no valor real das dívidas reconhecidas judicialmente. “A substituição da Selic por IPCA+2% reduz a correção dos valores a receber, o que representa uma desvalorização do crédito do cidadão perante o Estado. A proposta pode parecer técnica, mas na prática significa que quem já esperou anos por um precatório poderá receber menos do que tem direito”, ressalta.

A PEC 66 já foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora está em análise no Senado. Se aprovada sem alterações, seguirá para promulgação.

Sair da versão mobile