Ícone do site Diário de Curitiba

Treinar para maratona inspira construção de carreira

Preparar-se para uma maratona vai muito além do esforço físico. É uma jornada que exige estratégia, consistência e força mental — ingredientes que também moldam uma trajetória profissional. Cada passo dado nos treinos, cada ajuste na rotina, cada desafio superado carrega lições que se refletem no ambiente corporativo. Não à toa, muitos profissionais têm encontrado na corrida uma metáfora para os altos e baixos da carreira, reconhecendo no esporte um espelho das exigências do mundo do trabalho.

A decisão de correr uma maratona não surgiu de uma ambição esportiva. Para Débora Nakano, Gerente Executiva da Experis, do ManpowerGroup Brasil, tudo começou como uma atividade complementar à rotina de exercícios. "Comecei a correr quase sem grandes pretensões", conta. Mas bastaram alguns quilômetros para os comentários começarem: "E aí, já fez uma maratona?". A pergunta, recorrente, provocou uma resposta espontânea: "Quando fizer 42 anos, eu corro".

Clique aqui agora e receba todas as principais notícias do Diário de Curitiba no seu WhatsApp!

 

 

 

O tempo passou e, ao se aproximar da idade prometida, Débora transformou a brincadeira em plano. Com apoio do marido, que também é educador físico, e a escolha de um destino simbólico — o Japão —, iniciou a preparação para sua primeira maratona. O processo, segundo ela, foi mais profundo do que imaginava. "Com o tempo, percebi que a corrida era mais do que exercício físico, era um treino de paciência e autoconfiança."

A rotina de treinos trouxe desafios físicos e mentais. "O corpo sempre reclama: dores, fadiga, ajustes na alimentação, sono que precisa ser mais regrado", explica. Mas foi o aspecto mental que exigiu mais esforço. "O maior desafio foi lidar com a disciplina diária e encarar treinos longos, muitas vezes solitários, acreditando que cada passo era parte de um processo maior."

Essa percepção se estendeu ao ambiente corporativo. Débora passou a aplicar os aprendizados da corrida em sua atuação profissional. "Ninguém começa correndo 42 km de uma vez: antes são 5, depois 10, depois 21", observa. A lógica de dividir grandes metas em etapas menores tornou-se uma prática constante. "Quando tenho um grande projeto, divido em entregas menores e celebráveis. Isso faz o caminho parecer mais leve e dá energia para continuar."

Nem todos os dias são motivadores — e essa realidade se impõe tanto na corrida quanto na carreira. "Nem todo dia dá vontade de correr, e na carreira também não é diferente", afirma. O que a mantém em movimento é a rotina construída e o propósito que a guia. "Motivação é passageira, mas consistência e clareza de propósito são o que sustentam o caminho. Nos dias mais difíceis, lembro por que comecei."

A relação entre esporte e carreira, segundo Débora, é marcada por elementos comuns. "As duas exigem visão de longo prazo, planejamento, muita resiliência, paciência, foco, execução e disciplina." Para ela, o ponto de chegada existe, mas o que realmente transforma é a jornada. "Cada treino, cada aprendizado, cada obstáculo superado. Tanto na maratona quanto na carreira, não existe atalho, é a constância que faz a diferença."

Ao refletir sobre sua trajetória, Débora compartilha um conselho para quem está começando a correr ou iniciando uma nova fase profissional. "Comece do jeito que for possível, mas comece. Não espere estar 100%, porque o preparo real é uma construção sempre inacabada e acontece no caminho". Ela reforça a importância da paciência e da celebração dos avanços. "Consistência vale mais que intensidade. Na corrida e na carreira, quem chega longe não é o mais rápido, é quem não desiste."

A jornada de preparação para uma maratona reflete o percurso profissional. Cada etapa — seja um treino solitário ou uma entrega de projeto — contribui para o desenvolvimento e a conquista de objetivos. E, como Débora resume, o que sustenta o caminho não é a velocidade, mas a persistência.

Sair da versão mobile