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Mercado de trabalho avança e inspira busca por capacitação

O Brasil teve, no trimestre encerrado em agosto, a taxa de desemprego mais baixa dos últimos 13 anos. A porcentagem ficou em 5,6%, uma diminuição em relação aos 6,6% registrados no mesmo período do ano passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O país registrou também um recorde na quantidade de empregados no setor privado, que chegaram a 52,6 milhões de pessoas. Considerando apenas os que têm carteira assinada, também houve recorde: 39,1 milhões, apontam os dados oficiais.

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Para Liane Sanerip, diretora da Enterpriserh, os números refletem o bom momento vivido pelo mercado brasileiro. A empresa na qual ela atua é especializada em recrutamento, seleção, administração de estágios e de jovens aprendizes, com objetivo de ajudar as empresas a gerir o capital humano.

De acordo com a profissional, os últimos meses têm sido marcados pelo crescimento de diferentes setores, como construção civil, agricultura e pecuária. Ela chama a atenção para o fato de que, segundo os dados da PNAD, o rendimento médio dos trabalhadores também cresceu em relação ao ano passado e chegou a R$ 3.488. O termo faz referência ao bruto do valor médio habitualmente recebido em todos os trabalhos que as pessoas ocupadas tinham no trimestre.

"Temos visto ainda um aumento no número de jovens em programas de aprendizagem profissional, resultado de ações do Governo reforçada no ano de 2025, resultando em um número maior de admissões", pontua Sanerip.

A legislação à qual ela se refere estabelece regras para a contratação de jovens como aprendizes em empresas de médio e grande porte. Ela exige que essas empresas cumpram uma cota de 5% a 15% de aprendizes sobre o total de empregados em funções que exigem formação profissional

Necessidade de qualificação

"Mesmo com o cenário positivo, a necessidade de qualificação permanece como um desafio, especialmente diante do surgimento de novas profissões tecnológicas. Ainda há muito para se investir em formação profissional", alerta Sanerip.

Ela cita como exemplo a área da tecnologia. Segundo um estudo feito pelo Google for Startups, 92% das startups ouvidas disseram acreditar que faltam profissionais de tecnologia no Brasil. O mesmo levantamento estimou a existência de déficit de 530 mil trabalhadores desse segmento no período de 2021 a 2025.

Ao mesmo tempo que falta mão de obra para algumas áreas, há profissões que correm o risco de desaparecer ou de serem automatizadas nos próximos anos. Um estudo feito pela Microsoft e repercutido pela CNN Brasil, por exemplo, listou os 40 ofícios mais ameaçados pelo avanço da inteligência artificial (IA). 

Entre eles, estão profissionais de telemarketing, tradutores, representantes de vendas e operadores de telefonia. Para Sanerip, para enfrentar o cenário, é necessário estar sempre atualizado com as novas tendências e preparado para as transformações tecnológicas.

"O desemprego estrutural, mesmo em momentos de bons indicadores, deve afetar principalmente aqueles que não buscam qualificação e requalificação. Quem se preparar para as áreas em expansão, investir em competências digitais e no aprendizado do inglês, adotar uma postura de aprendizado permanente, comprometida, que entrega resultados consistentes e supera expectativas tem boas chances de se destacar", acredita a diretora da Enterpriserh.

Ela defende que a qualificação não pode se limitar ao aspecto técnico — deve-se levar em conta também as soft skills, como são chamadas as habilidades socioemocionais e comportamentais. Criatividade, inteligência emocional, comprometimento, capacidade de entrega, liderança e otimismo são alguns exemplos. "Ao contrário do que se pensa, eles podem sim ser aprimorados, claro que a iniciativa deve partir do candidato", afirma. 

Sanerip explica que as empresas têm valorizado cada vez mais essas características, vistas como essenciais para promoções a cargos de gestão. De forma geral, as soft skills contribuem para um ambiente de trabalho mais positivo, flexível e adaptável a desafios e transformações, considera ela.

"No lado dos negócios, aqueles que conseguirem reter os melhores talentos, ter os gestores certos com comunicação clara, capacidade de decisão e conhecimento técnico transformarção uma ‘empresa comum’ em ‘empresa que cresce’", finaliza a especialista. 

Para saber mais, basta acessar o site da Enterpriserh: https://enterpriserh.com.br/

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