O rompimento com Portugal e a declaração de independência do Brasil foram o desfecho de um processo complexo, que inclui muitas disputas e reviravoltas.

A história pode começar a ser contada com as invasões napoleônicas no início do século 19. No período, o Império Francês se estendia por grande parte da Europa Ocidental e ameaçava Portugal.

Para escapar do domínio francês, em 1808, o rei de Portugal, dom João Vl, decide transferir a corte para o Brasil, de modo a preservar o controle sobre o Império Português.

A presença da corte portuguesa trouxe uma série de reformas econômicas e culturais para a colônia, como a abertura dos portos e a criação de bibliotecas e academias científicas.

Em 1814, a guerra termina na Europa com a derrota de Napoleão. Dom João, porém, decide permanecer no Brasil e, no ano seguinte, eleva o status da Colônia ao de Reino Unido a Portugal e Algarves.

No entanto, a presença portuguesa em postos chave da administração e das forças militares produz um descontentamento e, em 1817, eclode a Revolução Pernambucana.

O movimento antilusitano toma Recife e funda uma república, baseada na igualdade de direitos e na tolerância religiosa, sem, no entanto, abolir a escravidão.

Em pouco mais de dois meses, porém, as tropas portuguesas retomam o controle da capital pernambucana. Os revolucionários são presos e seus lideres são executados.

Em 1820, acontece em Portugal uma revolução liberal, que questiona os poderes absolutistas do rei. São convocadas as Cortes Gerais e Extraordinárias, com objetivo de redigir uma nova constituição.

Os portugueses passam a exigir o retorno de dom João Vl a Portugal e a retomada da condição colonial do Brasil.

Sob pressão, no ano seguinte, dom João decide pelo retorno à Europa e deixa em seu lugar seu filho, Pedro, que assume como príncipe regente.

As Cortes Gerais tomam uma série de decisões que causam descontentamento no Brasil, entre elas o vínculo direto das províncias a Lisboa e a exigência da ida definitiva de dom Pedro para Portugal.

No dia 9 de janeiro de 1822, data que ficou conhecida como Dia do Fico, dom Pedro declara publicamente sua decisão de não cumprir a ordem de Portugal e, assim, permanecer no Brasil.

O príncipe regente passa a adotar uma série de medidas de afastamento em relação à metrópole, como a expulsão das tropas portuguesas que não lhe jurassem fidelidade.

Outro ato de dom Pedro foi a formação de um novo ministério, chefiado por José Bonifácio, que, mais tarde, ficaria conhecido como Patriarca da Independência.

A tensão com a metrópole só aumenta, e Lisboa decide anular diversas medidas adotadas por dom Pedro e, mais uma vez, exigir sua presença em Portugal.

No dia 7 de setembro, comunicado de tais decisões enquanto estava em viagem a caminho de São Paulo, dom Pedro reage no chamado Grito do Ipiranga e declara a independência do Brasil.

Pouco menos de três meses depois, o príncipe regente é coroado imperador do Brasil e passa a ser chamado dom Pedro l.

A independência não é aceita sem confrontos por Portugal e batalhas eclodem na Província Cisplatina, atual Uruguai (que na época fazia parte do Brasil), na Bahia, no Maranhão e no Pará.

Os confrontos na Bahia entre brasileiros e portugueses, que haviam começado em fevereiro de 1822, terminam em 2 de julho de 1823 com a expulsão definitiva das tropas lusas.

Em 1825, Brasil e Portugal assinam um acordo em que é reconhecida a independência da antiga colônia, que, por sua vez, concorda em indenizar o país europeu em 2 milhões de libras.

Conheça a história dos “panfletos da Independência” e saiba mais sobre o clima de descontentamento que antecedeu a ruptura com Portugal.

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