Diário de Curitiba

Tem idade certa para fazer política?

Foto: Arquivo pessoal

Procurei inúmeras maneiras de estrear meu espaço neste jornal, conclui que a melhor delas seria abordar sobre aquilo que sou e sobre quem represento. Me interessei verdadeiramente pela política na faixa dos quinze anos, me filiei em um partido político aos dezoito e disputei minha primeira campanha eleitoral aos dezenove, sendo esta a minha primeira participação em uma disputa municipal, até mesmo como eleitora, pois em 2016 não possuía idade para participar da votação e hoje, aos vinte, presido a juventude socialista do PDT em Curitiba.

É um questionamento contínuo que recebo para entender qual o motivo entrei na política tão cedo. A resposta está que atualmente, somos 47 milhões de jovens, no Brasil. Na última eleição municipal o número de jovens na faixa etária de 16 a 25 anos foi de 17.147, sendo apenas 1.624 jovens eleitos. Esses dados foram retirados do site do TSE.

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Apenas 1.624 jovens representam hoje, em casas legislativas municipais, 47 milhões de jovens. É muito pouco. Isso se explica quando você é jovem e vive na pele como é ser um no país.

Ainda, é possível observar que cada jovem é diferente entre si. Ser jovem é difícil como um todo, mas quando aprofundamos o grupo, nos aproximamos dos jovens periféricos, dos jovens negros, das mulheres jovens, das jovens mães e cada pauta de juventude exige um olhar extremamente individual.

O mais complicado é que não nos vemos nas ordens do dia e muito menos nos vemos representados ou com voz para buscarmos o mínimo espaço possível. Isso porque a política como é hostil para os jovens, por isso julgo tão comum um jovem não ter interesse em se aproximar da política, é lógico, o jovem olha para a política e não se vê.

A política não dialoga com a juventude. Na política somos vistos como enérgicos, espontâneos e ativos… para ajudar na campanha de outro candidato (que logicamente não é jovem), mas nunca para sermos os candidatos.

E os caminhos ainda são complicados para aquele que atravessa as barreiras, enfrenta seu partido e se vê como um candidato, porque dificilmente alguém irá investir em uma candidatura de juventude e caso invistam, você terá inúmeras dificuldades em convencer o eleitor de que vale a pena votar na juventude.

São inúmeras barreiras que afastam a juventude da política, por isso espaços como esses são tão importantes quando são concedidos a mulheres jovens. E é fácil mudar o cenário, basta consumir conteúdos produzidos por jovens, ler livros escritos por jovens, ouvir e dar voz como um todo. A população precisa entender que a juventude não é o futuro, é o presente.

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