Durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, realizado nesta quarta-feira (2/6), a médica infectologista Luana Araújo comparou o uso de remédios sem eficácia contra COVID-19 com o “terraplanismo”.
“É uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente. Quando disse que há um ano atrás estávamos na vanguarda da estupidez mundial, infelizmente ainda mantenho isso em vários aspectos. Porque ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento. É como se a gente estivesse escolhendo de que borda da Terra plana a gente vai pular, não tem lógica”, afirmou.
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O uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina não tem comprovação científica contra o coronavírus, mas é defendida por alguns médicos e também pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo Luana, a única maneira de conseguir que o vírus pare de circular é a vacinação e em um curto período de tempo.
“É assim (com a vacinação) que a gente atinge uma imunidade de rebanho. Não posso imputar sofrimento e morte a uma população com uma imunidade de rebanho. Não tem lógica.”
Luana Araújo, crítica do tratamento precoce contra o coronavírus, foi indicada para assumir o cargo em 12 de maio deste ano, mas deixou o posto dez dias depois, em 22 do mesmo mês, antes mesmo de ser nomeada oficialmente. O depoimento da ex-secretária do Ministério da Saúde atende a um requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE).