
É alarmante que, em meio aos mais de 185 mil curitibanos que aguardam por uma consultas ou exames pelo SUS, um vereador do partido “Novo” tenha optado por apresentar uma moção de repúdio ao show “Ensaios da Anitta”, programado para este sábado, em Curitiba. Essa escolha revela uma falta de perspectiva e uma desconsideração gritante pelas reais prioridades da população.
E a geração de emprego e renda?
A minha crítica se estende à falta de visão sobre o impacto econômico que um evento desse porte pode gerar. Estamos falando de aproximadamente mil contratações diretas e quatro mil indiretas, além de mais de 50 empresas locais envolvidas, todas contribuindo com impostos como ISS e ICMS. Esses eventos não só fomentam o turismo, mas também beneficiam o setor hoteleiro, restaurantes, bares, comércio local e sistema de transporte.
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E a liberdade de expressão?
A classificação etária é clara: 18 anos e o evento é privado. Nós não podemos e nem temos o poder de interferir no direito de ir e vir, liberdade cultural e de expressão.
Vamos trabalhar?
O vereador, ao disparar um recado desdenhoso para Anitta, não apenas menospreza a artista, mas também ignora o que realmente importa: discutir os desafios que a cidade enfrenta. Enquanto ele se preocupa com o rebolado, milhares de curitibanos continuam à espera de atendimento médico.
No final das contas, esta questão trata-se de liberdade de expressão, do direito de ir e vir e, acima de tudo, da responsabilidade de priorizar o que realmente importa. E eu, como vereadora, seguirei lutando na Câmara Municipal para não permitir tais atrocidades, preconceito e conservadorismo; e para tentar resolver os problemas da nossa cidade, que, por sinal, são muitos.
Ah, e vai ter a Anitta rebolando em Curitiba, sim! E não somos nós, os vereadores, que vamos gastar nosso precioso tempo para tentar impedir.
Sobre a autora: Camilla Gonda é vereadora de Curitiba pelo PSB, formada em Direito pela PUCPR, mestranda em Ciência Política pela UFPR, pesquisadora, ao lado da juventude e pelas mulheres.