
A Prefeitura de Curitiba anunciou, nesta terça-feira (1), a exoneração de Antônio Carlos Pires Rebello, superintendente de Tecnologia e Informação, acusado de coagir servidores municipais a doarem para a campanha do candidato a prefeito Eduardo Pimentel (PSD). O afastamento de Rebello ocorreu após o vazamento de um áudio, revelado pelo portal Metrópoles, no qual ele ordenava que os funcionários comprassem convites de até R$ 3 mil para um jantar de arrecadação da campanha.
O jantar, realizado no dia 3 de setembro, fazia parte das atividades de captação de recursos para a campanha de Pimentel, atual vice-prefeito de Curitiba e candidato apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD), pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o áudio, Rebello instruiu os servidores a utilizarem contas de parentes para fazer as transferências via Pix, a fim de evitar a identificação direta dos funcionários como doadores.
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Durante a reunião, um dos servidores chegou a chorar, afirmando não ter o valor exigido para o convite. Rebello, em resposta, ameaçou encerrar a discussão e “demitir” o funcionário, caso a recusa continuasse. O áudio também mostra que o superintendente defendia a prática como “ajuda para a campanha”, sugerindo que seria “melhor do que fazer caixa 2”. No entanto, a exigência foi duramente questionada pelos presentes, que apontaram a ilegalidade da coerção.
Em nota, a Prefeitura de Curitiba afirmou que “repudia toda e qualquer atitude que possa configurar ameaça ou constrangimento a servidores públicos no exercício de suas funções”. A administração destacou que o prefeito Greca decidiu pela exoneração imediata de Rebello e garantiu que os fatos serão “apurados com o rigor necessário”. A prefeitura também informou que os servidores foram amplamente orientados sobre a legislação eleitoral vigente, em conformidade com a Lei Federal 9.504/1997 e o Decreto Municipal 2.448/2023, para evitar favorecimento indevido a candidatos durante o período eleitoral.
A campanha de Eduardo Pimentel classificou o ocorrido como “uma situação isolada” e sem qualquer vínculo direto com a coordenação do candidato. O PSD do Paraná também repudiou a conduta de Rebello, afirmando que o episódio não reflete os valores do partido.
Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com Antônio Carlos Pires Rebello para esclarecer os fatos. O espaço permanece aberto para sua manifestação.