Diário de Curitiba

NÃO CONFUNDA customer service com customer experience ou customer success

Por Paulo Dalla Stella

Pode parecer básico para muitos, mas sei que para muitos tantos outros esses termos em inglês se confundem no dia a dia das operações em empresas diversas. Vamos então por meio deste breve texto sanar algumas dúvidas sobre estes conceitos que embora parecidos e que funcionam de maneira interdependente representam na realidade ideias bastante diferentes para quem atua em qualquer área envolvida com satisfação do cliente.

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Customer service é a área de uma empresa voltada para receber reclamações de clientes e com isso identificar possíveis melhorias no produto ou serviço. É importante notar que Customer Service não se trata unicamente de suporte técnico pois não se limita a sanar problemas técnicos de produtos ou serviços apenas. Sua abrangência vai muito além disso uma vez que trabalha diretamente com outras áreas como o Marketing, vendas, logística, RH  e outras. Diria que sendo o cliente o centro das operações de empresas atuais que têm esse foco centrado no cliente, que todas as áreas estariam envolvidas conjuntamente caso clientes viessem a ter quaisquer problemas dentro da empresa. Uma reclamação simples de um cliente poderá deflagrar investigações dentro da empresa que levarão ao encontro de soluções que serão atendidas pelo customer service a princípio, mas que certamente acabaria por envolver outros departamentos também,

Customer Experience, ou experiência do cliente é um termo mais recente e significa toda a jornada de um cliente ao entrar em contato com sua empresa desde o momento que primeiramente visualizou seu produto na internet até e depois de efetuada sua compra de produto ou serviço. O CX (Customer Experience) pode ser explicado em resumo como o resultado das interações entre empresa e cliente ao longo desta jornada. Garantir uma experiência sem problemas, encantar o cliente durante seu contato e em todas as fases de sua interação e ao final criar o famoso “UAU” do cliente é um dos principais objetivos do “customer experience” que diga-se de passagem não se trata de um departamento e sim de um conceito que abrange a empresa como um todo. Todos as áreas corporativas devem estar voltadas para a geração de uma excelente experiência do cliente e para isso, a cultura geral da empresa precisará mudar para se adequar a isso. O CX inclui os outros termos discutidos aqui neste artigo, pois Customer Success é o que pretendemos alcançar ao final de uma “customer experience” positiva nem que para isso precise o cliente passar por serviços do departamento de “customer service”.

Em analogia divertida encontrada em clássico livro de Harley Manning e Kerry Bodine, OUTSIDE IN, em que os autores explicam que CX não é Customer Service, eles fazem a comparação com elementos circenses. Chamar CX de Customer Service seria como chamar a rede de segurança de um circo de trapézio. A rede de segurança, no caso, seria o customer service para onde o cliente trapezista iria caso algo desse errado e o trapézio em si, a jornada do cliente dentro da empresa. Portanto, conforme falamos, o customer service é um departamento que ajudaria o cliente a resolver quaisquer problemas encontrados durante sua jornada e interação com a empresa que o ampararia tal qual uma rede de proteção e o CX seria definido por um “conceito” de experiência positiva que é adotado pela empresa como um todo.

O Customer Success também se trata de um conceito e tal como o CX, faz parte final do que desejamos que seja a experiência do cliente dentro de nossa empresa e que sua jornada sendo positiva e produtiva nos renda frutos em forma de reputação positiva no mercado em que atuamos. O Sucesso do cliente representaria o sucesso da empresa que jamais o alcançaria se o cliente não saísse encantado com frequência de suas interações com a empresa em questão. Um gerenciamento eficiente de “customer success” seria representado por níveis baixos de “customer churn” (Experiência negativa, perdas, riscos, que implicam no cliente deixar a empresa), e que para a organização significaria aumento de CLVT (Customer Lifetime Value) retenção maior de clientes na empresa e aumento de vendas e de sua fidelidade.

Todos esses conceitos possuem métricas próprias para que empresas possam avaliar como estão seguindo no caminho de seu crescimento e melhoramento e fazem parte de uma cultura corporativa de centralização no cliente, ou colocá-lo no centro de todas as operações onde o produto e serviço seriam consequências das necessidades do cliente cuja atenção viria em primeiro lugar em uma empresa preocupada em prover aquele “UAU” final. Não se deve, portanto, segundo este conceito, criar o produto e serviço e depois então partir para achar o cliente para “aceita-lo” e sim, criar o produto após demanda do cliente e de acordo com sua dor.

O CX e centro no cliente é hoje e será em futuro próximo, não somente um diferencial, mas uma obrigação básica de toda e qualquer empresa destinada a crescer e ter sucesso por meio de benefícios feitos diretamente aos cidadãos da sociedade em que se insere.

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