A taxa de inflação para as famílias de renda mensal mais baixa – menor que R$ 1.650,50 – foi de 1,58% em dezembro de 2020. Na faixa que representa as famílias de renda mais alta (com rendimento domiciliar superior a R$ 16.509,66), a variação foi de 1,05%, com uma diferença de 0,53 ponto percentual entre os dois grupos. No acumulado do ano, enquanto a inflação das famílias de renda mais baixa teve elevação de 6,22%, o segmento de renda alta registrou taxa menor: 2,74%.
Os dados constam do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a dezembro, divulgado hoje (15), no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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“Embora tenha se mantido em dezembro o padrão inflacionário presente nos últimos meses, caracterizado pela aceleração dos preços dos alimentos no domicílio, o reajuste da energia elétrica e a alta nos preços dos serviços livres se revelaram focos de pressão adicionais no orçamento das famílias”, informou o Ipea.
Segundo o estudo, os segmentos de habitação e alimentos e bebidas foram os que mais impactaram a inflação das famílias de menor renda, impulsionados pela alta de 9,3% nas tarifas de energia e pelos aumentos no preço do gás de botijão (2%), arroz (3,8%), feijão (3,3%), batata (7,3%) e carnes (5,6%).
Foco inflacionário
Já os reajustes das passagens aéreas (28,1%), dos transportes por aplicativo (13,2%) e da gasolina (1,5%) fizeram do grupo transporte o maior foco inflacionário para a classe de renda mais alta no mesmo período.
“Quando se observa a variação acumulada em 2020, se comparada com a de 2019, os dados mostram que, para as três faixas de renda mais baixa, houve uma aceleração da inflação, enquanto que, para as três classes de renda mais alta, o ano passado proporcionou um alívio inflacionário. A diferença entre essas pressões pode ser explicada pelo peso das despesas com alimentos, energia e gás: elas comprometem 37% dos orçamentos mensais nas famílias mais pobres e 15% nas mais ricas”, disse o Ipea.
Acrescentou que, no ano passado, os itens que mais pesaram na cesta de consumo dos mais pobres foram arroz (76%), feijão (45%), carnes (18%), leite (27%) e óleo de soja (104%), além das tarifas de energia (9,2%) e do gás de botijão (9,1%).
No mesmo período, a parcela com renda mais alta da sociedade sentiu uma alta moderada de serviços como mensalidades escolares (1,1%) e serviços médicos e hospitalares (14,8%), além de deflações em itens consumidos majoritariamente por esse grupo, como passagens aéreas (-17%), seguro de automóvel (-8%) e gasolina (-0,2%)
Colaboração Agência Brasil