Dia 14 de fevereiro, na Universidade Positivo, Curitiba sedia o AJP National Pro, um dos eventos mais respeitados de Jiu-Jitsu da atualidade. A AJP é uma organização nascida nos Emirados Árabes Unidos, país que adotou o Jiu-Jitsu como esporte nacional, sendo inclusive matéria obrigatória no currículo escolar.
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Essa etapa nacional serve também como classificatória para o Campeonato Mundial que acontece anualmente em Abu Dhabi. Abu Dhabi é a meta do paratleta Pablo Souza, da academia Chute Boxe de São José dos Pinhais. Sob os olhares atentos do professor Everson Macaco, Pablo treina firme pra atingir seu objetivo.
Aos 10 anos, Pablo teve uma encefalomielite que o deixou em coma por 42 dias e praticamente um ano sem andar. Depois de muita fisioterapia os movimentos foram sendo retomados e, a convite de seu irmão, começou a praticar a Arte Suave. Desde então tem encontrado na luta as motivações pros seus dias.
diz Pablo que teve o sonho de jogar futebol interrompido, mas que descobriu no jiu sua nova paixão e, hoje vem se destacando nos campeonatos que participa. Além desse que acontece em Curitiba ele também quer estar presente no Campeonato Brasileiro que deve acontecer em maio, no Rio de Janeiro.
Ainda sem patrocínios oficiais o atleta conta com apoio de amigos e empresas parceiras para participar desses eventos. Para este evento da AJP Pablo abriu uma vaquinha on-line para arrecadar fundos. Quando conversamos ele me contou que já fechou a vaquinha, pois não estava conseguindo arrecadar o valor total, mas que ao menos já conseguiu quitar o valor de associação junto à federação.
Devido ao problema de saúde Pablo tem um comprometimento de visão sério em um dos olhos e ainda depende de fisioterapia, que hoje é feita em casa mesmo, por falta de recursos. Sobre suas limitações ele diz que cada superação é comemorada como vitória. “A maioria das pessoas que começam a treinar conseguem berimbolar bem rápido. “Eu levei quatro anos pra conseguir”, diz Pablo sorrindo e espremendo os olhos por trás das grossas lentes de óculos.
O atleta tem hoje 24 anos, eu o encontrei no treino acompanhado da irmã, que fica responsável por levá-lo aos treinos e campeonatos. Os companheiros de treino não dão moleza e estão sempre o provocando para superar barreiras. Onijá significa lutador em Iorubá, e esse título Pablo já conquistou.
Em época de pandemia as coisas se complicam ainda mais na questão de recursos financeiros, já que muitas empresas não estão conseguindo contribuir como antes. Já existe a possibilidade e o desejo de tornar o Parajiu-Jitsu um esporte olímpico. E a Chute Boxe tem tudo pra ter seu nome representado por Pablo quando isso acontecer. E para isso os atletas precisam de APOIO !!!!!
Eu queria ter a capacidade de traduzir aqui pra vocês que estão lendo, a delícia que foi visitar a unidade comandada pelo professor Macaco. Um espaço lindo, muito bem cuidado, com famílias inteiras treinando. Olha, foi um presente e tanto. Mas a lua tá em câncer, eu estou com uma saudade imensa de treinar e tudo isso me deixou melancólica demais. Então vou deixar vocês curtindo a história do Pablo com algumas imagens que fiz por lá.
Ah, pra quem quiser saber mais sobre a história do Parajiu-Jitsu e sua ligação com os Emirados Árabes Unidos, basta acessar o site da Federação Brasileira de Jiu-Jitsu Paradesportivo – FBJJP, que lá tem a história todinha
Oss pra quem é de Oss. Hey pra quem é de Hey. E Axé pra todo mundo!