A 14ª Vara Federal de Curitiba condenou, a pedido do Ministério Público Federal, 15 réus por crimes de associação criminosa e tráfico internacional de armas de fogo, acessórios e munições. A decisão é do dia 29 de janeiro.
O processo foi resultado das investigações da “operação Gun Express”, deflagrada em março de 2020, cuja origem remonta à apreensão, nos Correios em Curitiba (PR), de objetos postais contendo em seu interior – de forma dissimulada entre materiais esportivos – armas de fogo, acessórios e munições.
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Durante as investigações, foi descoberta a forma de atuação da quadrilha. Os criminosos enviavam armas de fogo, acessórios e munições importadas do Paraguai via encomendas postais nos Correios, além de realizar o transporte rodoviário de tais objetos.
Atuação interestadual
De acordo com a denúncia criminal, existiam integrantes do grupo criminoso nos estados do Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte.
O grupo do Paraná importava as armas de fogo a partir do Paraguai e as remetia aos destinatários finais e a outros integrantes da região nordeste, seja via Correios, seja via transporte terrestre – efetuado pelos próprios investigados e agentes cooptados, com “batedores” vigiando a carga.
Os grupos residentes nos estados do Rio Grande do Norte e da Bahia recebiam os armamentos e os utilizavam ou repassavam a terceiros, distribuindo armas para diversas cidades brasileiras. O pagamento dos grupos do nordeste era realizado aos integrantes do Paraná através de depósitos e transferências bancárias, muitas vezes utilizando-se de “contas de passagem” e pessoas interpostas.
Para o procurador da República no Paraná Robson Martins, que ofereceu a denúncia à justiça: “os crimes revestem-se de gravidade, pois havia um grupo criminoso com vínculos estáveis e permanentes, espalhados por mais de um estado, e também na região da fronteira com o Paraguai. Assim, a condenação dos réus por tais delitos demonstra que a atuação eficaz da PF, MPF e JF foi fundamental para desmantelar uma quadrilha de alta periculosidade, combatendo a entrada ilegal de armas no Brasil”.
Colaboração MPF