Após ser adiado por duas vezes, o julgamento de Luis Felipe Manvailer, acusado pelo feminicídio da advogada Tatiane Spitzner tem nova data: 04 de maio de 2021, às 9h, em Guarapuava. No dia 10 de fevereiro de 2021, a sessão foi cancelada e o Conselho de Sentença dissolvido, após a defesa de Manvailer abandonar o plenário alegando cerceamento da defesa, uma vez que o magistrado negou a exibição de vídeos que não estavam anexados aos autos do processo.
Diante das manobras da defesa do réu, o juiz Adriano Scuissiato Eyng nomeou um defensor dativo para acompanhar o caso. Na decisão, o magistrado justifica a decisão como “medida de cautela absolutamente necessária no caso dos autos a fim de evitar condutas similares que, de maneira injustificada e protelatória, impeçam que o caso seja submetido ao julgamento popular”. Assim, caso haja outro abandono injustificado de Plenário ou outra conduta processual similar, não será necessária a dissolução do Conselho de Sentença.
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Para o advogado Gustavo Scandelari, da Dotti e Advogados, assistente de acusação, a decisão foi correta e a confiança é de uma sentença condenatória. “Em decisão que explica detalhadamente a ausência de justificativa para o abandono pela defesa, o Judiciário nomeou defensores dativos para a próxima sessão, evitando-se novas medidas protelatórias pela defesa. Ainda, manteve Manvailer preso. A família lamenta os sucessivos atrasos, mas segue aguardando o julgamento pelo Júri de Guarapuava, esperançosa em uma condenação a pena alta”, afirma.
Relembre o caso
Tatiane Spitzner foi encontrada morta na madrugada do dia 22 de julho de 2018. De acordo com a Polícia Militar (PM), houve um chamado informando que uma mulher teria saltado ou sido jogada de um prédio.
A polícia informou que encontrou sangue na calçada do prédio ao chegar no local. Testemunhas disseram que um homem carregou o corpo para dentro do edifício. Conforme a PM, o corpo de Tatiane estava dentro do apartamento.
Luis Felipe Manvailer foi preso horas depois da morte da advogada ao se envolver em um acidente na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná. A cidade fica a aproximadamente 340 quilômetros de Guarapuava, onde o crime aconteceu.
Durante uma audiência de custódia, Manvailer negou que tenha matado a esposa e disse que advogada cometeu suicídio.
O acusado disse ainda que se acidentou porque a imagem de Tatiane pulando da sacada não saía da cabeça dele. Para a Polícia Civil, Manvailer tentava fugir para o Paraguai.
Em uma audiência de instrução, o acusado negou novamente que matou a advogada. Ele declarou que a família de Tatiane influenciou algumas testemunhas que disseram na delegacia que haviam ouvido a advogada gritando durante a queda.
Segundo Manvailer, as testemunhas mudaram o depoimento nas audiências. No mesmo dia, o acusado preferiu não responder ao questionário feito pela Justiça e a audiência foi encerrada.
Luís Felipe Manvailer, professor universitário de biologia, era casado com Tatiane desde 2013, e o casal não tinha filhos.
Colaboração Assessoria de Imprensa