Por Patrícia da Paz:
Quando falamos em alimentação na atualidade, logo vem à mente, low carb, funcional, dietas, comida afetiva ou confort food, transgênicos, orgânicos, saúde, exercício e reeducação alimentar, e por aí podemos seguir. A mim também, muitas destas palavras, termos, definições vem de pronto, pois trabalho e estudo todas elas. Mas, o que eu quero trazer hoje, na semana das mães, é algo mais simples, natural e orgânico, com um olhar voltado para a amamentação. Nos últimos dias, tenho assistido a vídeos, e lido alguns textos e artigos, sobre alimentação, o tema me veio ao consciente, de mencionar que nosso primeiro contato com este tão magnífico ato de alimentar é este a amamentação. Ao pesquisar, fiquei surpresa e fascinada sobre o assunto, eu não imaginava ter tanta discussão, teses e artigos sobre o tema. Não tenho filhos, e minha mãe não pode me amamentar no peito, por motivos de saúde, e para mim, talvez diante de tudo que li, não tive este contato com um momento transcendental conforme descrito por muitos textos. Pelas linhas biológicas e orgânicas, o leite materno extremamente nutritivo, tem muitos benefícios, não somente para a saúde física do bebê, como o desenvolvimento afetivo e emocional. O assunto é tão especial e interessante, que cheguei a ele, para apenas começar minha caminhada neste universo, que é um paralelo alimentar. Instintivamente, nascemos e buscamos deste alento, esta conexão. Logo após passarmos destes primeiros meses, precisamos incorporar alimentos sólidos, ofertados pela natureza, e aí tem início de uma batalha materna, para que os pequenos aceitem esta mudança. Mas, percebo que este período é muito importante, e talvez somente na vida adulta se reconheça o quanto pode influenciar na saúde de uma pessoa. “Algumas levam uma alimentação tão pobre em nutrientes, que ‘sobrevivem” consumindo apenas alimentos industrializados. Nosso corpo, tão gentil que é, se mantém ancorando esta pessoa, que vive de abrir pacotes, latas e descartáveis, e não descasca, nem colhe nada do que come. Sem julgamentos, foi a maneira que ele encontrou de adaptar – se, é isto, vejo como adaptação, em um mundo onde generosamente temos a amamentação como primeiro alimento, seja ela natural ou artificial, entendo, que passar uma vida distante das comidas naturais, é de alguma forma uma maneira de sobrevivência.
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Amamentar tem como significado “dar de mamar, aleitar, lactar, cevar, nutrir, fomentar” e quão infinito este ato pode ser. Neste período temos oportunidade de seguir com laços de afeto e carinho com as pessoas responsáveis por alimentar – nos, desde o nascimento até os almoços de domingo, que podem ser novamente distantes e on line, por conta da pandemia, estas mães grandiosas em afeto. Porém, ao nos tornarmos ativos sobre o que podemos escolher do que nos mata a fome de comida, passamos a consumir, usufruir dos alimentos, e na maioria das vezes sem nos nutrir do que ele oferece. Uma alimentação de qualidade vem da ação em estarmos conscientes nos processos envolvidos durante a existência de cada alimento, desde o plantio até chegar ao prato. Em meu trabalho como personal, sei que sou uma importante ponte entre vários desses processos, e busco garantir este momento, esta experiência, reconhecendo a importância da minha participação. Cuidado e respeito da minha parte para que o cliente possa sentir isso, não somente quando faz sua refeição, mas a digestão também é importante, e como ele vai se sentir ao longo desta nutrição.
Para finalizar este especial assunto, em agradecimento e merecimento de todas as mães, farei a analogia com esta mãe amorosa que passa por todo processo gestacional até retirar seu seio e acomodar o amado filho em seu colo para uma boa refeição. Podemos agora, honrar este processo estando presente nele!