Em depoimento à CPI da Pandemia, no Senado, nesta quarta-feira (30), o empresário Carlos Wizard, apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, assessorado por seu advogado, evocou o direito de ficar calado, conforme habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal (STF), concedido pelo ministro Luis Roberto Barroso.
“É exatamente essa extensão do decidido e assim ele fará”, disse Wizard à comissão. O advogado Alberto Zacharias Toron acrescentou que o empresário “permanecerá calado em relação a todas as perguntas como lhe assegura o habeas corpus”.
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Assim que o relator Renan Calheiros (MDB-AL) começou a fazer perguntas, o empresário diz que se reservava o direito de permanecer calado. Após cada pergunta dos senadores, Wizard repetiu que se “reserva o direito de permanecer em silêncio.” Confira o vídeo:
Antes de ficar em silêncio, Wizard usou sua fala inicial para expor sobre como conheceu o ex-ministro Eduardo Pazuello em uma missão humanitária em Roraima para receber refugiados venezuelanos e negou a existência de um gabinete paralelo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da crise sanitária.
“Jamais, em tempo algum, nunca participei de reunião em privado com o presidente da República. Participei de eventos públicos com outros convidados”, disse Wizard. “Fica claro, evidente, transparente que jamais tive influência seja no pensamento do presidente ou qualquer outro suposto gabinete paralelo”.
O empresário defendeu que a vacinação seja o controle para a pandemia. “Sempre apoiei imunização, tanto que quis doar vacinas ao povo brasileiro”.
Ele também destacou que a “imunização de rebanho é outro tema que escapa do meu conhecimento”. “Minha formação é em administração. Não ousaria falar sobre o assunto. Não fiz qualquer movimento para compra de medicamentos para o combate da covid-19 e nem financiei peça de comunicação nesse sentido.”
No início da fala, ele disse ter ido ao colegiado sem condução coercitiva e explicou que estava fora do país, o que fez com o que o primeiro depoimento fosse adiado e implicou na apreensão de seu passaporte, para estar o pai “com a saúde debilitada” e com a filha grávida.