Curitiba está com a maior inflação do país no ano entre as capitais onde o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) faz o levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo dados que foram divulgados pelo instituto nesta quinta-feira (9).
Segundo o IBGE, os preços de produtos e serviços na capital paranaense aumentaram 7,72% de janeiro a agosto de 2021. Considerando o acumulado em 12 meses, entre agosto de 2020 e agosto de 2021, a cidade também tem o maior índice de inflação, com 12,08%, enquanto a média nacional é de 9,68% no mesmo período.
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No índice mensal, comparando a alta de preços em relação a julho de 2021, Curitiba teve o terceiro maior aumento do país, com 1,2%, atrás de Brasília e Vitória.
Veja a tabela mais abaixo.
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Julho | Agosto | Ano | 12 meses | ||
Brasília | 4,06 | 0,90 | 1,40 | 5,56 | 8,61 |
Vitória | 1,86 | 0,88 | 1,30 | 6,61 | 11,07 |
Curitiba | 8,09 | 1,60 | 1,21 | 7,72 | 12,08 |
Goiânia | 4,17 | 0,92 | 1,05 | 5,69 | 10,54 |
São Paulo | 32,28 | 0,98 | 1,04 | 5,41 | 9,12 |
Campo Grande | 1,57 | 0,79 | 0,89 | 6,34 | 11,26 |
São Luís | 1,62 | 0,94 | 0,82 | 5,56 | 11,25 |
Belém | 3,94 | 0,90 | 0,75 | 5,35 | 9,76 |
Porto Alegre | 8,61 | 1,23 | 0,71 | 6,17 | 10,42 |
Salvador | 5,99 | 0,75 | 0,70 | 5,64 | 8,59 |
Recife | 3,92 | 0,97 | 0,66 | 5,84 | 9,65 |
Rio de Janeiro | 9,43 | 0,63 | 0,66 | 4,38 | 8,09 |
Aracaju | 1,03 | 0,53 | 0,65 | 5,67 | 8,79 |
Rio Branco | 0,51 | 0,66 | 0,54 | 6,50 | 11,97 |
Fortaleza | 3,23 | 0,92 | 0,43 | 6,54 | 11,20 |
Belo Horizonte | 9,69 | 0,71 | 0,43 | 5,06 | 9,67 |
Brasil | 100,00 | 0,96 | 0,87 | 5,67 | 9,68 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preço |
Quais preços subiram mais em Curitiba?
De janeiro a agosto, alguns produtos tiveram alta muito acima da média na cidade. O preço das hortaliças, por exemplo, aumentou 40% no período, três vezes mais do que a média nacional.
No caso dos produtos derivados de leite, o aumento foi de 11%, quase o dobro da média nacional.
Os gastos com habitação também estiveram acima da média na cidade. O preço do aluguel aumentou 8,13% na cidade, o dobro da inflação nacional. A taxa de água e esgoto aumentou 11% na cidade, o triplo do restante do país.
Curitiba também teve aumentos acima da média no preço do gás encanado (alta de 46,72%), no gás em botijão (24,33%), na gasolina (36%), no diesel (31,16%).
Maior índice desde fevereiro de 2016
Segundo o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida, o IPCA acumulado de 12 meses do Brasil acelerou de um patamar de 2,44% em agosto do ano passado para 9,68% agora. O índice também é o maior desde fevereiro de 2016. Almeida explica que, apesar dos números parecidos, os motivos da inflação são diferentes.
“Em 2016 tivemos a inflação no patamar dos 10,36%, isso veio naquele contexto de instabilidade, diversos fatores afetaram naquele momento. Hoje, os principais impactos, no índice de agosto, foram os transportes, puxados principalmente pelos combustíveis, depois veio uma aceleração no grupo de alimentação e bebidas. O grupo de habitação, embora tenha desacelerado, contribuiu para essa alta no índice de agosto e essa elevação no acumulado em 12 meses”.
A gasolina foi o principal impacto no mês, com alta de 2,80%. Em 12 meses, a gasolina acumula alta de 39,09%, o etanol de 62,26%, o gás de botijão de 31,70% e a energia elétrica residencial ficou 21,08% mais cara em um ano.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,88% em agosto, com acumulado em 12 meses de 10,42%.