De 11 a 15 de maio, a Cinemateca de Curitiba e o Cine Passeio se voltam, mais uma vez, para o debate, difusão e valorização do cinema documentário produzido em âmbito estudantil em escolas, universidades e cursos livres do mundo todo. A abertura do Festival Internacional do Documentário Estudantil acontece no Cine Passeio com sessão única de Eneida, da cineasta curitibana Heloisa Passos. O longa teve estreia mundial no 24º Festival du Cinéma Brésilien de Paris e no É Tudo Verdade 2022, e esta será sua primeira exibição em Curitiba. A sessão é seguida de um bate-papo com a diretora mediado pela jornalista Sandra Nodari.
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No filme, Eneida, 84 anos, faz uma jornada rumo a seu passado, em busca da filha primogênita que não vê há mais de 25 anos. Com a ajuda de sua filha do meio, a cineasta Heloisa Passos, Eneida embarca em uma odisseia que tenta derrubar o muro que divide a família. O documentário acompanha todo o processo, e juntas, mãe e filha transitam por momentos de descobertas, esperanças, medos e incertezas.
Realizadora e diretora de fotografia curitibana, Heloisa Passos dirigiu vários curtas-metragens, entre eles o premiado Viva Volta, com Raul de Souza e Maria Bethânia. Seu primeiro longa-metragem como diretora, Construindo Pontes, estreou no IDFA, maior festival de documentários do mundo, e recebeu diversos prêmios, entre eles o Prêmio Marco Antônio Guimarães no 50 ? Festival de Cinema Brasileiro de Brasília, Menção Honrosa no CineEco 2018 (Portugal) e o prêmio da crítica CAMIRA no VIII Festival Márgenes (Espanha).
Entre os mais de 40 filmes que fotografou, estão longas premiados internacionalmente, como Manda Bala (excelência em Cinematografia Sundance, 2007), Nothing Lasts Forever (Berlinale, 2022), Mulher do Pai (Berlinale, 2017 e melhor Fotografia no Festival do Rio), Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (Veneza, 2009 e melhor fotografia no Festival do Rio). Fez também fotografia adicional nos documentários Democracia em Vertigem (indicado ao Oscar em 2020) e Citizenfour (vencedor do Oscar em 2015). No cinema de ficção, fotografou Bocaina (2022), Fortaleza Hotel (2021), Deslembro (2018), O Que se Move (2012) e Rânia (2011), entre outros.
Na TV, assina a direção de fotografia da série Me Chama de Bruna (Fox). É membra da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), do Coletivo de Mulheres e Pessoas Transgênero do Departamento de Fotografia do Brasil (DAFB), além de integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
O festival
FIDÉ começou na França em 2008, com um grupo de estudantes estrangeiros de Mestrado em Cinema na Universidade Paris 8 que se reuniu para projetar documentários em um lençol branco em um squat no subúrbio de Paris. Em 2012, o festival aconteceu pela primeira vez no Brasil, onde tem sido realizado em caráter bianual, na Cinemateca de Curitiba, pela Motim Comunicação e Arte. Devido à pandemia, porém, o intervalo entre esta e a edição anterior, em 2019, acabou ficando maior. O evento conta com o incentivo da EBANX e da Celepar via Programa de Apoio e Incentivo à Cultura, da Fundação Cultural de Curitiba.
Este ano, o FIDÉ irá exibir 39 documentários originários de oito países. Com diferentes linguagens, temas, formatos e abordagens, são filmes que revelam as múltiplas possibilidades narrativas do cinema de não ficção, atentos à pluralidade de linguagens e aos temas que movem a geopolítica e a sociedade hoje.
A largada aconteceu com a sessão especial Esquenta FIDÉ, que exibiu o documentário A Alma do Gesto, de Eduardo Baggio e Juslaine Abreu-Nogueira no último dia 27 de abril na Cinemateca de Curitiba. Dentro da programação estudantil, serão sete sessões, entre elas a especial DocNomads, que projetará curtas-metragens documentais de alunos do programa de mestrado europeu DocNomads, uma parceria entre a Universidade Lusófona de Lisboa, LUCA School of Arts de Bruxelas e Universidade de Teatro e Cinema de Budapeste. O festival conta ainda com uma retrospectiva inédita em Curitiba de documentários dirigidos em Nova Iorque por Rita Moreira e Norma Bahia Pontes entre 1972 e 1975. Serão exibidos os filmes Lesbian Mothers (1972), She Has a Beard (1975) e Lesbianism Feminism (1974), seguidos de bate-papo com Rita Moreira, que viaja especialmente para o festival.
FIDÉ pretende dar visibilidade ao trabalho de jovens documentaristas mundo afora e às suas respectivas instituições de ensino, contribuindo para o pensamento crítico, a formação de plateia e a difusão do documentário como um dos gêneros mais livres e inventivos do cinema contemporâneo.
Todas as sessões têm entrada franca, com retirada de ingressos uma hora antes na bilheteria do cinema.
Serviço:
Sessão de abertura – FIDÉ Brasil 2022
Dia 11 de maio (quarta-feira), às 19h30, no Cine Passeio
Exibição de Eneida, de Heloisa Passos, seguida de bate-papo com a diretora
•Ingressos distribuídos gratuitamente a partir das 18h30.
FIDÉ Brasil 2022
De 11 a 15 de maio (Quarta a domingo)
Entrada franca
Cine Passeio (sessão de abertura, 11/05 às 19h30):
Rua Riachuelo, 410 – Centro
Cinemateca de Curitiba (de 12 a 15/05):
Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco