Muito se fala sobre a importância da psicologia educacional, principalmente após a chegada da pandemia do novo coronavírus. É importante que, em um ambiente escolar, existam processos de ensino e aprendizagem. A psicologia escolar tem como objetivo melhorar esse mecanismo, tanto do ponto de vista da instituição quanto do estudante, envolvendo estratégias educacionais.
Um exemplo de como a psicologia escolar funciona como aliada do aprendizado está no dia a dia da Casa Thomas Jefferson, Centro Binacional Brasil-Estados Unidos. Em seu processo de educação, a instituição adota estratégias que aproximam escola, aluno e família. Para isso, se apropria da psicologia escolar a fim de permitir que qualquer pessoa, independentemente de suas limitações, seja capaz de aprender.
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“A psicologia escolar, hoje, dentro da Casa Thomas Jefferson, é o que a gente chama de counselling, que é um aconselhamento. É uma ponte entre escola, família e aluno. A função da psicologia escolar é permitir e dar possibilidade para que todo e qualquer aluno aprenda. Nós temos alunos passando por diversos processos, por exemplo, de ansiedade e depressão, alunos com diversas limitações físicas, auditivas, de visão, e todos eles têm a chance de estudar inglês, até porque o inglês é uma demanda mundial”, explica Patrícia Villa, Psicóloga Escolar da CTJ.
As estratégias da psicologia escolar começam com a demanda da família, que procura a Casa Thomas Jefferson com algum laudo, ou por meio da observação do professor, que percebe que aquele aluno vem tendo dificuldade no processo de aprendizagem por alguma questão. “Vindo da família, já temos um laudo e pontos bem precisos do que fazer e, a partir daí, nós treinamos o professor e mostramos o trabalho diferencial que ele precisa fazer com esse aluno. E a psicologia trabalha muito perto da família para que a família fique tranquila e se sinta acolhida em relação ao processo de aprendizagem do seu filho”, esclarece Patrícia.
Quando a demanda vem do professor, o responsável pela área psicológica é chamado para observar a turma e, assim, levantar algumas hipóteses em relação àquele aluno. “Abordamos a família com muita delicadeza sempre e, a partir daí, existe um trabalho de investigação para se ver o que está acontecendo com aquele aluno. Algumas vezes, a gente chega a algum diagnóstico, e a família procura os profissionais que devem ser procurados. A partir de algum diagnóstico, nós podemos trabalhar melhor o professor e o aluno dentro da sala de aula, e a turma também. E se você me perguntar: mas o diagnóstico não é um rótulo? Não! O diagnóstico é uma direção. Ele dá uma luz e possibilita uma visão mais clara de quem é aquela criança, aquele jovem, aquele adulto ali na sua frente”.
Na pandemia
A psicologia escolar teve papel fundamental durante o período mais crítico da pandemia de covid-19, quando, subitamente, as aulas presenciais precisaram ser suspensas. Patrícia explica como foi esse processo dentro da Casa Thomas Jefferson. “Durante a pandemia, nós entendemos que todos os alunos estavam em situação mais vulnerável e muito delicada em suas casas, não sabendo o que iria acontecer. Tiveram que se adaptar às aulas online tanto na escola regular quanto na Casa Thomas Jefferson, então a Thomas primeiramente mudou o sistema de avaliação. A partir da pandemia, paramos de ter provas escritas e transformamos o nosso sistema avaliativo em um sistema de avaliação mais formativo. Provas foram substituídas por apresentações orais, isso tudo para dar um certo conforto emocional e segurança para os alunos”, lembra.
A Casa Thomas Jefferson já vinha preparando seus professores, mesmo antes da pandemia, para aulas mais interativas e conectadas utilizando as ferramentas Google, o que facilitou a transição para o ensino online. “Discutíamos também em relação a como os alunos estavam se sentindo, o momento em que estavam passando, o cenário nacional e o mundial. Foi assim que a Casa Thomas Jefferson conseguiu trabalhar o emocional dos alunos. Todos aqueles alunos que não passaram por alguma razão ou outra, ou tiveram, no processo de pandemia, síndrome de pânico, ansiedade, depressão, eles foram tratados individualmente, e adaptações foram feitas para que nenhum aluno fosse deixado para trás”.
O retorno às aulas presenciais foi feito gradualmente, no segundo semestre de 2021, quando se percebeu a necessidade das crianças de voltarem ao convívio com os colegas. Tudo feito com muita segurança, seguindo todos os protocolos preconizados pelas autoridades sanitárias. “Agora em 2022, foi feito o retorno geral e a Casa Thomas Jefferson deu a alternativa de aulas online para aqueles alunos que se adaptaram e quiseram, ou ainda, para o caso de pais que ainda se encontram mais receosos. Hoje temos turmas online de todos os níveis para aqueles alunos que não quiseram voltar presencialmente. O mundo online é um mundo muito forte, muito presente, e está disponível para qualquer aluno que não queira aulas presenciais”.