Com os avanços na área da pedagogia, o ecossistema da educação conta com diversas melhorias. Isso porque, ao repensar os papéis de alunos e educadores, as escolas vêm adequando os seus ambientes para estreitar e melhorar a relação diante dos novos desafios. Hoje em dia essas mudanças não impactam apenas as escolas, as universidades também entraram no jogo para repensar os espaços e a forma como criam ambientes de aprendizagem.
Nesta busca por novos ambientes de ensino e colaboração, surge um novo termo: “salas de aula equitativa”. De acordo com Rachel Lotan, que dirige o Stanford Teacher Education Program (Step), da Universidade de Stanford (Califórnia) e colabora em vários países com a reestruturação de programas de formação de professores, em uma sala de aula equitativa os alunos enxergam-se como colegas e pares, nesse sentido, eles se sentem competentes e capazes de contribuir para o aprendizado comum, neste tipo de sala de aula os alunos têm espaço para resolver problemas da vida real, tratar sobre dilemas pessoais e trocar experiências de forma democrática.
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“Em uma sala de aula equitativa, os alunos se enxergam como colegas e pares, competentes e capazes de contribuir para o aprendizado comum”, afirma Rachel em entrevista para O Globo. Segundo a especialista, escolas e universidades precisam adequar os seus ambientes para manter-se a par em relação aos novos paradigmas da educação. Isso porque todo o ecossistema avança rumo a um entendimento maior dos espaços que formam ambientes de aprendizagem com mobiliários educativos.
Segundo Lotan, uma das características é que o aluno tem acesso a um currículo de qualidade, atividades intelectualmente desafiadoras e todos têm as mesmas oportunidades de interação e troca com os professores, além de fácil acesso aos materiais didáticos. Ou seja, o poder de prestígio não está relacionado a uma posição de status tampouco associada a cor. Todos os alunos têm os mesmos direitos e essa é a base para partir para o desenvolvimento intelectual.
“Partimos do princípio de que todas as crianças podem aprender, se tiverem oportunidade. Todos são espertos e capazes, cada um com suas experiências de vida, seu conhecimento, seu interesse. Temos que acreditar neles. O aprendizado nada mais é que uma atividade social e, para o seu desenvolvimento, a sala de aula é o melhor lugar”, afirma a especialista.
Já a educadora psicopedagoga Sylvia de Arruda Camargo, que leciona no Colégio Santa Cruz há 15 anos, em entrevista para a Novidário, afirma: “Sempre achei que as crianças aprendem muito com os seus pares, então desde cedo coloquei-as para trabalhar dessa maneira, mas percebia que as coisas não fluíam tão bem, que os alunos não se engajavam na atividade da forma como eu gostaria”, conta.
Nesse sentido, Sylvia traça os princípios da sala de aula para garantir que o desenvolvimento dos alunos aconteça. Para ela, deve haver espaço onde todos possam aprender, onde exista acesso à aprendizagem, mesmo as crianças que têm barreiras para certos tipos de conteúdo. Desta forma, todos podem contribuir pois todos têm algo a oferecer.
Móveis como ferramenta de aprendizagem
O trabalho de Rachel Lotan e Sylvia de Arruda Camargo vai ao encontro da pesquisa que a Novidário faz há mais de dez anos sobre a influência do ambiente e, consequentemente, do mobiliário no processo de aprendizagem. “Um conceito que sempre defendo e que a Sylvia concorda é que mesas individuais agrupadas não formam uma mesa coletiva!”, acrescenta Luciana Sobral, fundadora da Novidário. “Os alunos acabam enxergando as linhas divisórias entre as mesas como “fronteiras”. Nesse sentido, a sala de aula equitativa deve ser construída com móveis de uso coletivo, respeitando a diversidade física e social dos alunos e professores.