Estreou na última quinta (08), nos cinemas do Brasil, o filme de terror de Alex Garland: Men – faces do medo. Mais que um filme de terror e drama, o filme fala de misoginia e patriarcado.
Após uma tragédia pessoal, Harper (Jessie Buckley) decide ir sozinha para um retiro no meio de um belo campo inglês, na esperança de encontrar um lugar para se curar. Mas alguém ou algo da floresta ao redor parece estar perseguindo-a. O que começa como um pavor fervente se torna um pesadelo, habitado por suas memórias e medos mais sombrios.
• Clique aqui agora e receba todas as principais notícias do Diário de Curitiba no seu WhatsApp!
O incrível desse filme, fica para a atuação de Rory Kinnea, que vive simultaneamente o papel de dono da casa em que Harper se hospeda, um padre, um dono de bar e até mesmo uma criança. No começo é meio confuso, e você tenta entender se é isso mesmo, se são os mesmos, devido os efeitos especiais, mas após essa confirmação, fica nítido o objetivo do discurso, ele reforça a fala de que “todos os homens são iguais”.
Algumas pontas ficaram soltas no filme, como a culpa que Harper carrega pela morte do esposo, o filme não deixa claro se ele cometeu suicídio ou não, e, é isso que os homens do filme tenta fazer com ela, com que se sinta mais culpada. Como se fosse preciso, já que transparece que ela foi para esse lugar para fugir dos problemas e da culpa que carrega. Mas os problemas vão junto e escancaram em todos os cantos, nesses homens que a cercam. O que realmente aterroriza no longa, é o discurso de ódio dos homens, interpretados por Rory Kinnea. Eles a colocam em dúvida com suas falas, tentam tachá-la como louca, vadia, culpada. Além de, o tempo todo, o filme passar a sensação de perseguição, principalmente nos olhares dos homens. Só quem é mulher sabe o quão desesperador pode ser andar numa rua escura a noite, ou estar sozinha num bar.
Para quem tem estômago fraco, fica meu alerta para as cenas finais. O diretor tenta retratar o machismo passado de pai para filho com cena de homens em trabalho de parto, dando a luz a outro homem igual, e outro, e outro, sucessivamente. É nauseante ver tão explícito essa cena grotesca. O diretor representa bem o patriarcado e a misoginia, porém, peca por não estar no seu lugar de fala.
Confira o trailer: