
Jair Bolsonaro (PL), assim como fez na campanha eleitoral de 2018, vem investindo pesado em fake news e ataques ao seu principal adversário, no caso o ex-presidente Lula (PT).
Desta vez, no entanto, o Bolsonaro deu um passo além e não está se limitando a proferir ataques e mentiras em discursos ou postagens nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Sua coligação, composta pelo Partido Liberal, Republicanos e Progressistas, criou recentemente um site dedicado exclusivamente a divulgar fake news contra Lula.
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Trata-se do “Lulaflix”, criado no dia 30 de agosto. Através de uma pesquisa de domínio, a reportagem da Diário de Curitiba constatou que a titularidade da página é atribuída a “Jair Messias Bolsonaro” e ao CNPJ 47.508.748/0001-63, justamente o da coligação do presidente. O dado é público e está disponível página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A campanha de Bolsonaro não só colocou o site no ar como financiou seu impulsionamento junto ao Google. Isto é, pagou para que o buscador mostre a página ao internauta que pesquisar pelo termo “Lula” ou relacionados.
Na página há uma série de textos não assinados que trazem mentiras, informações descontextualizadas e ataques a Lula. Uma das postagens, por exemplo, afirma que o ex-presidente tem ligações com a organização criminosa PCC. Outra, em meio a inúmeras do tipo, diz que o petista é “a favor” do roubo de celulares.

Advogados de Lula aciona TSE
Os advogados da campanha de Lula tomaram conhecimento sobre o site “Lulaflix” na segunda-feira (12) e, nesta terça-feira (13), ajuizaram uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Bolsonaro e sua coligação por impulsionamento ilícito de propaganda eleitoral.
Na ação, o corpo jurídico que assessora o petista relembra que uma resolução do TSE veda impulsionamento de propaganda negativa contra outras candidaturas na internet.
“Os representados não realizaram apenas o impulsionamento de um conteúdo, mas de um sítio eletrônico inteiro voltado exclusivamente a veicular propaganda eleitoral negativa contra o candidato da Coligação representante, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva”, dizem os advogados.
Segundo a Political Advertasing, plataforma disponibilizada pelo Google como fomento à transparência no impulsionamento de conteúdos político-eleitorais, a coligação de Bolsonaro aplicou de R$ 4.500 e R$5.000 para impulsionar o site, tendo alcançado, até esta terça-feira (13), cerca 15 mil usuários da internet.
“Não há qualquer comedimento dos representados em infringir a legislação eleitoral. O impulsionamento da página em questão se caracteriza como verdadeiro desprezo pelas restrições imposta pelas normas vigentes, pois se volta tão somente à prática que é vedada pela lei eleitoral: impulsionamento de propaganda negativa”, destacam os advogados de Lula.
A campanha do petista chama a atenção, ainda, para o fato de que o site em questão divulga fake news que o próprio TSE já proibiu Bolsonaro de disseminar, com as que ligam Lula ao PCC. “A postagem é feita no referido site mesmo após este TSE ter determinado a remoção de determinadas publicações de mesmo teor em combate à desinformação”, diz outro trecho da ação.
Os advogados solicitam ao tribunal que o Google seja notificado para suspender o impulsionamento do site e pede ainda para que a página eletrônica seja retirada do ar.