No Brasil, nem tudo se resolve. Os problemas são simplesmente substituídos por outros, mais novos, e os antigos acabam esquecidos. Muitas vezes, só lembrados quando os crimes cometidos prescrevem. Coisas de um país que luta para deixar de funcionar na base do jeitinho, a popular gambiarra, que foi como o preço dos combustíveis baixou em junho, próximo ao início das últimas eleições.
Manobra eleitoreira ou não, foi necessária para conter o aumento, que em algumas regiões já beirava os 10 reais por litro! No caso, diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo passaram a ser considerados itens essenciais, fazendo o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que podia ser até 30% do valor do produto, cair para 17 ou 18%. Porém, gambiarra que é gambiarra logo dá problema e essa tinha validade só até 31 de dezembro. Pior para o presidente eleito em 2022, que independente de quem fosse, já assumiria com esse abacaxi… que ainda está sendo descascado.
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Nessa novela toda, vale a reflexão: como as pessoas, já bastante ocupadas tocando a vida, vão ter acesso a todos esses detalhes sobre política e economia? Para muitos, resta o atalho pelo partidarismo, cheio de respostas prontas e raiva pelo que não se compreende. Ainda mais quando o tema é complicado e tende a mudar o tempo todo. Por exemplo, no último dia 24, a gasolina aumentou após a Petrobrás reajustar o preço nas refinarias. Tudo porque estava vendendo abaixo do preço internacional, ou seja, com prejuízo. Para o governo, é como se fosse uma promoção com data para acabar, mas aos olhos da população, quando acaba, quem estiver no poder “paga o pato”. É aí que, para evitar o desgaste, muito governante faz o que não deve na economia.
Muito disso é fruto da desconfiança com a classe política, que diminuiria se os governos trabalhassem de forma complementar, um melhorando o que o outro começou. Porém, isso ainda é raro e a única coisa que certamente passa de um mandato para o outro são os problemas.
Feliz Ano Novo, de novo
O bom de ser oposição é que, primeiro se dificulta a vida de quem está no poder, para depois responsabilizar a situação por tudo de ruim que ocorrer. Talvez um dia seja diferente, mas as coisas ainda são assim. O problema é que até para atrapalhar existe um limite, sob a pena de a oposição se isolar, virando minoria. É nesse sentido que se realiza a eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado, e suas respectivas mesas-diretoras. No Senado, a disputa ficou entre Rodrigo Pacheco (PSD), apoiado pelo PT, contra Rogério Marinho (PL) e, correndo por fora, Eduardo Girão (Podemos). Todo mundo tentando se estabelecer como possível liderança nacional, mas sem fechar portas. Na Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) já começou na frente, articulando um bloco que une PT, MDB, União Brasil… e até o PL. Coisa de malabarista!
Depois de uma semana que teve o fim da intervenção na segurança do Distrito Federal, na terça, a volta do Judiciário na quarta, além da eleição para a Câmara dos Deputados e Senado entre quarta e quinta, resta contar os minutos para “sextar”. Sorte dos nobres parlamentares que, no último dia 20, tiveram aumento em diversos auxílios, inclusive para a gasolina, passando de R$ 6 mil para R$ 9,3 mil mensais. No caso, o “ouro líquido” deles é simplesmente a cerveja ou o chopp de sexta, mesmo.