Colaboração Assessoria de Imprensa
O Instituto Carlos Chagas – Fiocruz Paraná e a PATH, organização global sem fins lucrativos, estão realizando um estudo de viabilidade em Curitiba para entender o impacto do autoteste de COVID-19 entre indivíduos que tiveram contato com um caso de COVID. Curitiba é um local importante para o estudo, pois foi reconhecida como a primeira cidade a implementar o autoteste de HIV no país. O mesmo estudo também está sendo realizado em Porto Velho, Rondônia, no Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (CEPEM).
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O estudo, financiado pela UNITAID, terá duração de três meses e pretende avaliar a eficácia do rastreio de contatos na identificação precoce de casos de COVID por meio da realização de autotestes em série em unidades básicas e UPAs que tratam pacientes com COVID-19 em ambos os municípios. O estudo também visa explorar as barreiras e oportunidades que podem impactar o acesso e a adesão ao autoteste, bem como gerar evidências e recursos que apoiem a sua implementação no sistema de saúde.
“A ideia é ampliar o acesso dos autotestes aos usuários do SUS pela rede básica de saúde. O rastreamento de contatos com autotestes tem o potencial de monitorar populações de risco, identificar indivíduos que testaram positivo e garantir que eles recebam o tratamento necessário”, diz o Dr. Dhelio Pereira, investigador principal da pesquisa.
Desde o início de novembro de 2022, os casos de COVID no Brasil voltaram a aumentar, especialmente devido ao aparecimento de novas variantes. Por conta desse aumento, não só no Brasil, mas em toda a região das Américas, a Organização Panamericana de Saúde demonstrou preocupação com as medidas sanitárias e a redução drástica dos testes de COVID, que podem dificultar o monitoramento do vírus e mascarar como ele está se espalhando e evoluindo. Desde janeiro de 2022, a distribuição e o uso de autotestes de COVID-19 no Brasil estão autorizados pela ANVISA, com preços que variam de 20 a 80 reais.
De acordo com as Nações Unidas, o acesso aos autotestes aumenta a equidade em saúde nos países, fornecendo uma opção de teste adicional com potencial para atingir indivíduos que não teriam acesso ou hesitariam em fazê-los.
“Nossa experiência com o autoteste de HIV em Curitiba é que as pessoas preferem a autonomia para cuidar de si mesmas. Este estudo é uma oportunidade de considerar o impacto no acesso à medida que os testes se deslocam da clínica para as casas das pessoas”, observa Alexandre Costa, co-investigador local principal do estudo em Curitiba.
Detalhes do estudo
Um indivíduo com um caso positivo confirmado de COVID-19 será abordado pelos pesquisadores nas unidades de saúde e seus contatos próximos serão convidados a participar do estudo e receberão os autotestes em suas residências.
“Nossa hipótese é que o rastreamento de contatos facilitado por autotestagem em série é capaz de identificar mais casos positivos de COVID-19 entre os contatos próximos expostos a um caso de COVID”, explica Alexandre.