
Mais um filme da saga “O Chamado” estreia nessa quinta-feira (27) nos cinemas do Brasil. Desta vez, o “Chamado 4: Samara Ressurge” (título original Sadako DX), traz mais comédia do que terror. Com “sustinhos” leves e previsíveis, fato é que, o filme faz mais rir do que temer.
Há anos, diretores vêm tentando repetir o sucesso de O chamado (2002), dirigido por Gore Verbinski, que impactou o público por meio da tensão psicológica ao adaptar o longa japonês Ring: O Chamado (1998), que narra a trajetória daqueles que assistiram à fita VHS amaldiçoada de Samara. Somando a interpretação de Daveigh Chase como Samara, a maquiagem e o empenho da atriz Naomi Watts, que vive a jornalista Rachel Keller, o resultado foi um sucesso de público, arrecadando mais de US$249,3 milhões.
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Em O Chamado 2 (2005), com direção de Hideo Nakata, ainda arrecadou US$163 milhões, porém não chegou nem perto dos lucros previstos. Com isso, a saga foi abandonada das telonas por mais de uma década. Em 2017, o diretor F. Javier Gutiérrez insiste em resgatar a história de forma renovada e adaptada ao público que não tinha visto os episódios anteriores, lançando O Chamado 3.
Sobre esse terceiro filme, Robledo Milani, crítico de cinema e presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS), gestão 2016/2018, e membro fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE), disse:
Apesar do título fazer referência a uma das obras mais marcantes do gênero neste século, tudo o que se tem aqui é mais do mesmo, sem nada de novo que mereça ser destacado”.
Faço dessas palavras, as minhas, para definir O chamado 4. O filme é mais do mesmo e ainda não faz jus ao gênero (terror), trazendo um ar de comédia, com sustinhos bem previsíveis e sátiras com a temática da saga. Não é uma sequência dos demais, sendo um ponto positivo. Assim, quem não viu aos anteriores pode ver tranquilamente esse, sem culpa. O filme repete a história de que ” as pessoas que assistem a um vídeo amaldiçoado morrem repentinamente”. Porém nesse, Ayaka Ichijo (Fuka Koshiba), que é uma estudante extremamente inteligente com QI de 200, é totalmente cética, duvidando da maldição ela tenta provar que existe explicação científica para as mortes, que segundo ela, pode ser decorrente do efeito placebo causado pelo pânico de quem vê o conteúdo.
A lenda tornou-se uma sensação viral, e Ayaka logo descobre que além da fita cassete, os vídeos agora estão na internet. Para piorar a situação, as mortes não ocorrem mais em sete dias, mas sim em 24 horas, levando ao desespero maior da jovem, que corre em busca de respostas para salvar sua irmã mais nova Futaba (Yuki Yagi), que assistiu o conteúdo da fita. Para revelar o mistério, a estudante conta com ajuda de seu amigo Oji Maeda (Kazuma Kawamura), e de um talentoso médium e cartomante Mestre Kenshin (Hiroyuki Ikeuchi).
Mas como sempre digo ao público, vá ver e tirar suas próprias conclusões. Meu alerta aqui é apenas para baixar as expectativas de grandes sustos. E para quem espera algo comparado aos filmes anteriores, não espere! Ele chega a ser cômico de tão forçado. Para os fãs da saga japonesa, vale a pena pelo fator nostalgia. De alguma forma ele te conecta ao passado, e vai dar saudade de ver os anteriores, e, principalmente, de sentir o medo que eles causavam.
Confira o trailer: