
Dia 16 de maio é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca e, no Brasil, o Dia Nacional dos Celíacos é comemorado em 20 de maio. A doença é caracterizada pela intolerância permanente ao glúten, proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e derivados como malte, farelos, entre outros. Para quem tem doença celíaca, uma dieta sem glúten ao longo da vida não é uma escolha, é uma necessidade.
O intestino delgado é o principal órgão afetado em quem é celíaco, mas diversos sintomas podem estar relacionados à doença como dermatites, dores abdominais e até osteoporose. Um quadro de osteoporose precoce, por exemplo, pode estar relacionado à doença celíaca, pois a doença é incomum em crianças ou adolescentes, mas pode se fazer presente em quem tem doença celíaca.
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Uma dúvida recorrente que muitas pessoas têm é sobre deixar de comer glúten e desenvolver a doença celíaca. De acordo com o médico João Ricardo Duda, especialista em gastroenterologia e cooperado da Unimed Curitiba, a dieta sem glúten não desencadeia a doença.
O glúten é uma que somente implica em sintomas por si só nos doentes celíacos, por uma reação autoimune antígeno-anticorpo. Restrições alimentares sempre devem ser orientadas por gastroenterologistas e nutricionistas conscientes e somente utilizadas quando realmente necessárias, sendo menos restritiva possível”, alerta o doutor.
Para o especialista e titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia, para que o diagnóstico seja mais preciso, é necessária uma educação médica continuada para que os profissionais da saúde conheçam os testes diagnósticos corretos, não iniciando o tratamento (eliminação do glúten) antes de se ter um diagnóstico laboratorial de certeza. Para ele a doença celíaca exige acompanhamento multidisciplinar e vai muito além da eliminação do glúten. Confira abaixo as dicas dadas pelo profissional:
Fique atento a alguns sinais sugestivos de doença celíaca:

- Queda de cabelo
- Dor ou distensão abdominal
- Gases, diarreia ou constipação intestinal
- Problemas de pele recorrentes
- Ansiedade e depressão
- Dermatite
- Anemia
Foto: Freepik
O diagnóstico da doença requer sorologia positiva (IgA anti-transglutaminase 2 e anticorpos anti-endomísio), além de atrofia das vilosidades na biópsia do intestino delgado. “Excluir o glúten da dieta atrapalha muito nos testes diagnósticos laboratoriais, os quais dependem de paciente estar em uso vigente de dieta com glúten”, complementa o especialista.
A dieta gluten free é o único tratamento comprovado para portadores da doença celíaca e a recomendação é o estabelecimento de um plano alimentar livre de glúten sob a supervisão de um nutricionista especializado nesse tipo de doença, além do gastroenterologista. No entanto, a dieta pode prejudicar o convívio social do celíaco e, por isso, é recomendado acompanhamento multidisciplinar.
Não é raro celíacos recusarem programas e convites sociais porque não podem correr o risco do mínimo contato com o glúten, presente em praticamente todos os ambientes de qualquer cidade do mundo. Também é bastante comum casos de isolamento por medo da contaminação. “O apoio psicológico é necessário e pode melhorar a aceitação da condição reduzindo os riscos de ansiedade e depressão”, enfatiza.
Atenção aos medicamentos
O glúten também é frequentemente usado na fase sólida de alguns medicamentos, especialmente os genéricos, o que requer conscientização dos médicos e farmacêuticos ao receitar ou indicar remédios.
“É preciso alertar os médicos e a população sobre quem são os indivíduos de risco como portadores de anemia crônica, osteoporose precoce, diabetes tipo I e outras doenças autoimunes, histórico de doença celíaca na família e a busca por um gastroenterologista especializado quando de sintomas como diarreia crônica”, finaliza.
Foto: Freepik
