Se este país não tivesse um sol para cada um de seus 203 milhões de brasileiros, segundo o Censo 2022, todo mundo teria começado a última terça-feira, 15, no escuro. As causas ainda estão sendo apuradas, mas ironicamente a falta de luz afetou todos os estados do Brasil, exceto Roraima, que constantemente sofre com deficiências no fornecimento de eletricidade. Segundo o ministro Alexandre Silveira, do Ministério de Minas e Energia (MME), o transtorno foi causado por uma sobrecarga no Ceará, que segundo os mais engraçadinhos, foi provocada por um dos acessos de fúria de Ciro Gomes. Falando sério, o ministro apontou também o registro do que chamou de “outro evento”, ocorrido em local ainda não identificado, e que teria contribuído para o apagão.
Enquanto uns acusam a privatização da Eletrobrás como motivo para a falha no fornecimento, houve também quem defendeu exatamente a privatização de mais distribuidoras para evitar falhas desse tipo. Aí fica difícil para o brasileiro chegar a alguma conclusão, não é?
• Clique aqui agora e receba todas as principais notícias do Diário de Curitiba no seu WhatsApp!
Para complicar, antes de serem resolvidos, os problemas no Brasil são substituídos por novos. Prova disso foi que, no dia seguinte ao apagão, começou a valer o reajuste de R$ 41 centavos no litro da gasolina e R$ 78 centavos no diesel! Antes de doer no bolso, dói na cabeça de qualquer um. A questão é que o governo deu uma segurada na variação do preço, para alegria geral, e agora a conta veio de uma vez.
É aquela história de sempre: não existe almoço grátis, independente se o governo é de direita, esquerda ou centro.
E você com isso?
No momento, isso vai provocar um aumento geral nos preços porque tudo precisa de transporte. São idas e vindas naturais na economia, mas que também sofrem influência de interesses políticos e que nem sempre ficam claras. Um exemplo disso foi o tal desentendimento entre Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, e Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, sobre a demora na votação do arcabouço fiscal. Até parece uma troca de farpas, mas todo mundo “jogou o verde para colher o maduro” e assim foi firmado o compromisso de que a proposta será votada na semana que vem.
É difícil digerir a avalanche de informações que se tem hoje na internet, sem falar em rádio, jornal e televisão, mas resta torcer para que, um dia, se compreenda que esses ajustes, como o preço na gasolina, são necessários. Não se trata de alguém ser bom, ruim ou qualquer outra coisa do tipo, mas apenas uma questão de raciocínio lógico.
Preços sobem e descem, assim como o sol nasce e se põe. É parte da vida que as pessoas comemorem quando ganham e reclamem quando perdem, mas o fato é que o mundo gira e amanhã é sempre outro dia. Logo, os preços baixam enquanto novos problemas surgem. Coisas da vida.