A inserção da IA (Inteligência Artificial) generativa nas empresas tem despertado interesse devido à sua habilidade de gerar conteúdo inédito mediante comandos específicos. Essa tecnologia, fundamentada em modelos de aprendizado de máquina, engloba diversas formas de produção, como imagens, textos, códigos de programação e áudios, suscitando uma análise mais profunda sobre seus impactos e preocupações no âmbito profissional.
Uma pesquisa realizada pelo Capterra, plataforma de comparação de softwares, com a participação de 479 colaboradores de empresas distintas em termos de porte e segmento, buscou compreender os efeitos da IA generativa na produtividade e nas apreensões dos usuários.
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Os resultados evidenciam que 52% dos participantes identificam o aumento da produtividade como o principal impacto da inteligência artificial generativa, superando fatores como criatividade (37%) e inovação (37%).
A eficácia da tecnologia é ressaltada quando se observa que 96% dos entrevistados reconhecem algum tipo de contribuição para a produtividade, com 66% indicando um aumento significativo e 30% mencionando um aumento leve. Apenas 4% afirmam não perceber impacto nesse aspecto.
A automação de tarefas rotineiras, como material para onboarding e automação de marketing, permite aos trabalhadores dedicarem mais tempo a tarefas complexas e estratégicas. Cerca de 42% destacam a capacidade de focar em tarefas de maior valor, enquanto 28% mencionam a realização de uma variedade maior de tarefas e 23% a interpretação rápida e eficiente de dados.
No aspecto financeiro, 87% dos usuários acreditam que a IA generativa contribui para a economia de dinheiro nas empresas. Além da automação, a tecnologia é reconhecida por adicionar inteligência às tomadas de decisões, auxiliando na identificação de áreas mais ou menos lucrativas, conforme indicado por 61% dos entrevistados.
Expectativas e prognósticos
De acordo com a analista sênior de conteúdo do Capterra, Marcela Gava, quando o tópico de IA generativa passou a ganhar mais atenção, muito se discutiu sobre o potencial da ferramenta em “roubar” o emprego dos trabalhadores. No entanto, os respondentes do estudo do Capterra, que estão na linha de frente do uso da IA generativa, não estão preocupados em perder seu emprego por conta da tecnologia nos próximos 5 anos – apenas 15% relataram estar muito preocupados com essa questão.
“Isso pode indicar que eles reconheceram as limitações da ferramenta ou que seu trabalho ainda será necessário para aprimorar o material gerado pela inteligência artificial generativa”, ressalta a profissional.
A analista de conteúdo ressalta que, como o estudo aponta, 67% concordam em algum grau que o conteúdo gerado por software de IA é melhor do que o conteúdo gerado por humanos. “Como a ferramenta ainda pode entregar conteúdo que vai em contra da linha editorial das empresas, é importante que os trabalhadores sempre priorizem realizar revisões do material que o sistema entrega”, sugere Gava.
A profissional destaca ainda que, no que se refere às preocupações éticas, os participantes destacaram primeiro a questão de privacidade e segurança de dados, depois o excesso de confiança na IA e, apenas em terceiro lugar, a eliminação de postos de trabalho. “Isso mostra que a ameaça vista anteriormente pode ter se dissipado a partir do momento que a ferramenta passou a fazer parte da rotina das pessoas”, finaliza.
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