Não é novidade que o mercado financeiro ainda é composto, em sua maioria, por homens. Dados do Think Tank Official Monetary and Financial Institutions Forum (OMFIF) apontam que mulheres ocupam apenas 35% em conselhos dos 50 maiores bancos comerciais do mundo. Em cargos de liderança, esse índice é ainda menor, diminuindo a participação feminina para 19%, com somente 16% das CEOs sendo mulheres.
Mas, várias empresas brasileiras já começaram o movimento de mudança e contam com quadros mais diversos. No Paraná Banco, por exemplo, a quantidade de mulheres no quadro de colaboradores é de 50%, e nos cargos de lideranças chega a 47%, bem acima da média do mercado.
Entre as líderes que atuam na empresa hoje, as histórias mostram superação pessoal em vários aspectos. Raquel Ferro atua como gerente de produtos do Paraná Banco e ingressou na instituição como estagiária, em 2006 e teve uma caminhada de sucesso em vários cargos na empresa. Hoje, com 36 anos, é gerente geral da área de Produto Consignado.
Formada em Comércio Exterior e com especialização no mercado financeiro, Raquel iniciou a vida profissional na adolescência, para ajudar a família em uma pequena fábrica de carvão. ajudava tanto a carregar quanto queimar lenha e no processo de vendas.
“Sempre trabalhei em um universo predominantemente masculino, na adolescência com produção e venda de carvão e depois no mercado financeiro. Os desafios que uma mulher enfrenta são diferentes, isso me fez perceber a importância de termos mais lideranças que inspirem e sejam referência para outras mulheres”, comenta Raquel.
A gerente de loja, Malvaci Dias de Souza, é formada em Direito e saiu de Ibirapitanga (BA) com 23 anos para São Paulo, em busca de melhores oportunidades profissionais. Quando chegou em São Paulo, iniciou o trabalho em telemarketing, antes de ingressar como atendente de loja no Paraná Banco. Em relação ao papel das mulheres nos dias de hoje, Malvaci destaca os desafios diários.
“Somos mães, donas de casa, esposa e temos que acolher todos dentro do nosso papel de liderança, que trazemos em nossa experiência de vida como mulheres, o que faz toda a diferença.” A executiva complementa “a mulher tem um papel fundamental empático, onde ela consegue liderar, tem a capacidade de gerir de forma democrática, ter uma visão muito ampla de tudo que acontece ao seu redor. A mulher líder tem essa capacidade de absorver o que está ao redor e de contribuir com toda a sua experiência”.
Atuação das empresas é fundamental
Apesar dos resultados positivos, o desafio ainda é grande. O braço de tecnologia do banco, o PB Tech, busca constantemente novas ações para aumentar o percentual de mulheres nas equipes. “Entendemos que o mercado de tecnologia é concorrido, mas nosso time de aquisição de talentos tem metas e iniciativas para contratação de mulheres, com vagas afirmativas e projetos focados nesse assunto”, esclarece a superintendente de Pessoas e Cultura da empresa, Claudia Vidal Kuster
Além do foco reforçado na área de atração de talentos, a empresa promove programas e momentos de formação e integração entre os profissionais. Exemplo disso foi o RePrograma PB – Mulheres na Tecnologia, programa de estágio em tecnologia exclusivo para mulheres da área. A iniciativa reuniu 300 profissionais e permitiu a contratação de 22 mulheres. Em 2024, o assunto será retomado em um evento exclusivo para mulheres que atuam na área de tecnologia no Paraná e será realizado em abril.
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