“E a Chuva…” é o livro da psicóloga clínica Sabrina Führ que, de acordo com prólogo do livro, é “dedicado a todos os Gauchinhos”. Publicado na conta pessoal da autora, no Instagram, em 6 de maio, o livro é de livre distribuição. Na obra, Sabrina explica a proposta de auxiliar o diálogo com crianças que passaram por dificuldades causadas pelas enchentes do Rio Grande do Sul. Ela destaca que a ideia é entregar a obra às crianças dos abrigos, junto de material para colorir, pois a obra tem páginas especiais para isso.
“Há dias tenho estado com o coração em pratos por todos os afetados pelas enchentes em nosso Rio Grande do Sul. Hoje ele apertou mais forte pelas crianças e suas famílias, incumbidas de “dar sentido” ao que está acontecendo em suas vidinhas e explicar o que nem para nós adultos tem tido muita explicação. Este livro é um gesto de afeto a estas crianças e a estas famílias. Desejo que a chuva passe!”, manifesta Sabrina ao publicar o livro na rede social.
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A obra é ilustrada e tem apenas treze páginas. Ela é escrita com o olhar infantil. Inicia com a perspectiva acolhedora da chuva, que proporciona um dia para assistir TV, brincar com as poças e pintar desenhos. Com o decorrer da narrativa, a chuva não para, e “ruas viram rios”. A partir daí, a criança (que narra o livro) percebe as casas que “mergulharam”, as famílias que “foram participar de uma grande festa do pijama em locais grandes e cheios de colchões”, os animais e alimentos chegando nos abrigos.
Com esse contexto, o livro começa a debater emoções que surgem. Tristeza, raiva, medo, e até sentimentos mais complexos como angústia, saudades, luto e desespero. “E você, sentiu o quê?”, questiona o livro para o leitor, incentivando a reflexão e manifestação dos sentimentos da criança com seu familiar. O livro termina com mensagens de esperança, de que a chuva irá passar e que há pessoas acolhendo umas às outras.
Aos familiares e cuidadores
Em nota, Sabrina explica no livro a atenção que os adultos devem ter com a saúde psicológica e emocional das crianças neste momento. “Crianças que passam por situações traumáticas necessitam do auxílio de um adulto para dar sentido ao que viveram e regular suas emoções”, escreve. Sabrina orienta que o responsável permita que a criança relate o que viveu diversas vezes, pois é a forma que ela processa uma situação traumática. E, se a criança prefere não falar sobre o assunto, o adulto deve respeitá-la em seu tempo. Sabrina enfatiza que os responsáveis não precisam se preocupar em serem fortes, podendo expressar vulnerabilidade e se emocionar com a leitura e conversa. A atitude mostra a capacidade de acolher as emoções e dar continuidade à vida.
PDF do livro
- E a Chuva… (versão 12 páginas): https://drive.google.com/file/d/1gZqiQBDc_tJZdNQ5iVbsXgthjrblUwgG/view