Margarita Pericás Sansone, primeira-dama de Curitiba e um dos pilares da assistência social e cultural da capital paranaense, faleceu nesta terça-feira (20), aos 79 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas a notícia abalou a cidade, sendo compartilhada pelo prefeito Rafael Greca (PSD), seu companheiro de vida e de causas, que expressou sua dor através das redes sociais.
“Com profundo pesar e meu coração curitibano dilacerado, cumpro o doloroso dever de comunicar a passagem de minha amada Margarita Elisabeth Pericás Sansone de Macedo. Que os Anjos e os Santos A acompanhem com cânticos de glória até a cidade Santa de Jerusalém. Que o bem infinito que ela desejou aos Curitibinhas, suas famílias e, principalmente, aos mais vulneráveis seja o tom dessa sua despedida. Viverá para sempre em mim e em todos que a amam”, declarou Greca, encapsulando o sentimento coletivo de uma cidade que lamenta a perda de uma de suas figuras mais queridas.
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Margarita fez história ao criar, em 1993, a Fundação de Ação Social (FAS), um órgão voltado para a proteção de famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade, que permanece ativo até hoje. À frente do Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC), ela idealizou o primeiro restaurante popular do Brasil, onde refeições eram oferecidas por um valor simbólico de R$ 1, uma iniciativa pioneira que mostrou sua preocupação genuína com os menos favorecidos. Outro projeto de destaque foi o “Vale Vovó”, que fornecia cestas básicas a idosos em situação de vulnerabilidade, reforçando o compromisso de Margarita com os que mais precisavam.
A arte e a cultura, outra de suas grandes paixões, também encontraram em Margarita uma defensora fervorosa. Como presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) entre 1997 e 2000, ela não apenas fundou o Museu da Fotografia e a Cinemateca, mas também trouxe à capital paranaense exposições de renome internacional. A mostra “Picasso em Curitiba”, em 1988, foi uma dessas realizações memoráveis, permitindo aos curitibanos uma rara oportunidade de se conectarem diretamente com as obras do mestre do cubismo.
Seu amor por Curitiba se refletia também em suas palavras. Por mais de 30 anos, Margarita manteve uma coluna no jornal Gazeta do Povo, onde discorria sobre a cidade e seus habitantes com um olhar que só alguém profundamente envolvido e apaixonado poderia oferecer. A habilidade com as palavras, fruto de seu vasto conhecimento e sensibilidade, transformou suas crônicas em verdadeiras cartas de amor a uma cidade que ela ajudou a moldar.
O velório de Margarita está marcado para esta quarta-feira (21), às 10h, no Memorial de Curitiba. Às 15h, uma missa de despedida será realizada, seguida do sepultamento no Cemitério Municipal São Francisco de Paula. Em um último gesto de solidariedade, Rafael Greca pediu que, em vez de coroas de flores, sejam feitas doações de alimentos ao Banco de Alimentos ou artigos ao Disque Solidariedade, pelo telefone 156.
A cidade de Curitiba se despede de Margarita Pericás Sansone com o mesmo carinho que ela dedicou a cada curitibano.