A BlaBlaCar informa que suspendeu todas as ofertas de caronas com origem ou destino no Paraná, a partir da última segunda-feira, 30 de dezembro, atendendo a uma decisão liminar do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. A empresa informou que recorrerá da decisão, argumentando que a medida resulta de um mal-entendido sobre o modelo de caronas solidárias, amplamente reconhecido por sua contribuição social, econômica e ambiental.
Impacto direto em 2 milhões de usuários
Com mais de 2 milhões de membros no Paraná, a BlaBlaCar se consolidou como uma solução de mobilidade essencial, especialmente para os quase 1.000 trajetos que não contam com outros meios de transporte. A suspensão ameaça desconectar comunidades e inviabilizar viagens de quem depende do compartilhamento de custos para se locomover.
• Clique aqui agora e receba todas as principais notícias do Diário de Curitiba no seu WhatsApp!
“Fechar as portas para quem quer dividir os custos de uma viagem no seu carro particular vai na contramão do mundo, que incentiva a redução de emissões de poluentes e o compartilhamento de transportes”, afirmou Rodrigo Marinho, diretor-executivo do Instituto Livre Mercado e secretário da Frente Parlamentar Pelo Livre Mercado (FPLM).
Divergência judicial e apoio ao modelo de caronas
A decisão paranaense contraria precedentes de outros tribunais estaduais e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que diferencia caronas solidárias de serviços comerciais de transporte e reconhece os benefícios ambientais e sociais da BlaBlaCar. Autoridades locais, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), a Agência Reguladora do Paraná (Agepar) e a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), também apoiam o modelo.
“A carona solidária não é prestação de serviços. Ela reduz o trânsito, diminui a poluição e conecta pessoas com objetivos em comum”, destacou a Procuradoria-Geral.
Impacto global e esforços para reverter a decisão
O Paraná se tornou a primeira região do mundo a obrigar a BlaBlaCar a suspender operações por decisão judicial preliminar. A plataforma, que opera em 22 países com mais de 110 milhões de membros, reforçou seu compromisso com a reversão da liminar.
“Lamentamos a decisão, que desconsiderou evidências apresentadas, e estamos trabalhando ativamente para revertê-la”, declarou Tatiana Mattos, diretora-geral da BlaBlaCar no Brasil.
Modelo sustentável e colaborativo
Na BlaBlaCar, os custos da viagem — como combustível e pedágios — são compartilhados de forma transparente e limitada, garantindo que não haja lucro. Além disso, a plataforma também é parceira de mais de 210 empresas de ônibus no Brasil, combinando caronas e transporte público para ampliar a mobilidade no país.
A BlaBlaCar segue confiante na reversão da decisão, destacando que sua operação é alinhada com práticas sustentáveis e de inclusão social, essenciais para a mobilidade do futuro.