Startups em crescimento enfrentam desafios constantes ao equilibrar produtividade, custos operacionais e a necessidade de um espaço de trabalho adequado. Uma das grandes questões para essas empresas é a escolha entre manter o home office ou migrar para um coworking. Essa decisão envolve não apenas custos visíveis, mas também os chamados custos ocultos, que muitas vezes influenciam diretamente a sustentabilidade e o sucesso do negócio. Segundo Saulo Da Rós, CEO do Coworking Smart, “a avaliação dos custos vai além do que é pago diretamente. Existem impactos na produtividade, na cultura da equipe e na imagem da empresa que precisam ser considerados”.
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O home office, inicialmente, parece ser a opção mais econômica. Sem aluguel ou mensalidades, a estrutura pode ser montada em casa com um investimento inicial em equipamentos e mobiliário. No entanto, há despesas recorrentes que passam despercebidas, como o custo elevado de internet de alta velocidade, aumento no consumo de energia elétrica e manutenção de equipamentos. Um estudo do Sebrae destaca que, em média, um home office bem estruturado para uma equipe de até cinco pessoas pode custar R$ 2.500,00 por mês, considerando apenas os custos fixos diretos.
Por outro lado, os custos indiretos do home office também merecem atenção. A falta de separação clara entre vida pessoal e profissional pode levar a distrações frequentes, reduzindo a produtividade. Além disso, o isolamento pode impactar negativamente a cultura organizacional e dificultar o crescimento da equipe. Um estudo da Cushman & Wakefield revelou que equipes em home office por períodos prolongados tendem a apresentar maior dificuldade em manter a colaboração e a inovação, fatores essenciais para startups.
O coworking surge como uma alternativa capaz de solucionar muitos desses desafios. Embora envolva um custo mensal direto, que varia conforme a localização e os serviços oferecidos, ele agrega valor ao incluir infraestrutura pronta, internet de alta velocidade, salas de reunião e serviços como recepção e limpeza. Segundo a WeWork, o custo médio de uma estação de trabalho em coworking nos principais centros urbanos brasileiros gira em torno de R$ 1.000,00 por pessoa, por mês. No caso do Coworking Smart, por exemplo, planos flexíveis permitem que startups ajustem seus gastos conforme o crescimento da equipe, oferecendo desde estações individuais até escritórios privativos com custos a partir de R$99 mensais.
Saulo Da Rós ressalta que “o coworking também traz benefícios financeiros indiretos, como a possibilidade de networking e acesso a potenciais parceiros de negócio”. Esses aspectos muitas vezes resultam em oportunidades que compensam os custos envolvidos. Almém disso, startups que optam por coworkings conseguem economizar em infraestrutura, já que não precisam investir em mobiliário, manutenção ou contas de consumo, como água e energia.
Outro ponto relevante é a escalabilidade. Em um coworking, é possível expandir ou reduzir o número de estações de trabalho de forma ágil, acompanhando as necessidades da empresa. Isso contrasta com o home office, onde a ampliação da equipe pode demandar reformas ou investimentos adicionais em infraestrutura. Um estudo da Associação Brasileira de Startups aponta que empresas que migram para coworkings conseguem reduzir até 30% dos custos operacionais em relação a escritórios tradicionais.
Para startups em diferentes fases, é essencial realizar uma comparação detalhada de custos. Considere, por exemplo, uma startup com cinco integrantes. No home office, os custos diretos com internet, energia e equipamentos podem chegar a R$ 2.500,00 mensais. Já no coworking, considerando estações de trabalho a R$ 1.000,00 por pessoa, o valor mensal seria de R$ 5.000,00. Apesar do custo inicial maior, os benefícios em produtividade, colaboração e networking podem oferecer um retorno significativo a longo prazo.
Outro aspecto a ser avaliado é o ponto de equilíbrio financeiro. Dependendo do porte e da estrutura da startup, o coworking pode ser mais vantajoso a partir de certo número de colaboradores ou quando o impacto na produtividade justifica o investimento. Segundo Saulo Da Rós, “a decisão deve ser baseada não apenas no custo financeiro, mas também nos objetivos de crescimento e na visão estratégica da empresa”.
A escolha entre home office e coworking envolve uma análise cuidadosa dos custos diretos e indiretos, assim como dos benefícios oferecidos por cada modalidade. Para startups em crescimento, o coworking pode ser a opção ideal ao trazer flexibilidade, infraestrutura completa e um ambiente propício à colaboração. No entanto, cada caso deve ser avaliado com base nas necessidades específicas da equipe e nos objetivos de longo prazo.