
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou, nesta sexta-feira (28), a quinta fase da Operação Ventríloquo – denominada Operação Malebolge – contra uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias na cidade de Itaperuçu, Região Metropolitana de Curitiba. A ação resultou na prisão preventiva de quatro pessoas e no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Rio Branco do Sul, Itaperuçu e Pontal do Paraná.
As investigações conduzidas pela Delegacia de Polícia de Rio Branco do Sul tiveram início em 2023 e revelaram um esquema de corrupção que envolvia agentes públicos e empresários. De acordo com a PCPR, o grupo criminoso era composto pelo ex-prefeito de Itaperuçu, Neneu Artigas, secretários municipais, agentes de licitação, empresários e advogados. O esquema operava por meio da manipulação de licitações públicas, restringindo a concorrência e beneficiando empresas ligadas ao grupo.
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Para viabilizar as fraudes, os investigados utilizavam editais manipulados e atestados técnicos falsificados, garantindo contratos públicos que ultrapassaram R$ 24 milhões. O levantamento policial também identificou que, logo após o pagamento das licitações, uma empresária investigada sacava grandes quantias em dinheiro e realizava encontros presenciais com o ex-prefeito da cidade. Segundo as apurações, a empresária chegou a registrar fotograficamente os valores retirados.
Além das prisões, a Justiça determinou o confisco de aproximadamente R$ 13 milhões das contas bancárias da empresária e de sua empresa. O montante corresponde a valores obtidos por meio de contratos fraudulentos firmados com a prefeitura de Itaperuçu.
Origem do nome da operação
O nome “Malebolge” faz referência à obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Na narrativa, Malebolge representa um dos círculos do Inferno, onde são punidos aqueles que cometeram crimes de corrupção e fraude.
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos e aprofundar a apuração dos desvios de recursos públicos no município.
O Diário de Curitiba não conseguiu contato com a defesa de Neneu Artigas. Caso haja retorno a matéria será atualizada.