Um estudo, realizado com pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Joinville (SC), publicado na revista científica The Lancet e noticiado pela Agência Brasil, concluiu que o uso da teleconsulta no acompanhamento de pessoas com diabetes tipo 2 apresentou resultados semelhantes aos das consultas presenciais no controle da glicemia.
A pesquisa acompanhou 278 pacientes, encaminhados da Atenção Primária à Especializada, por três e seis meses. Além da eficácia clínica, o sistema de telessaúde foi bem avaliado por médicos e pacientes, que destacaram a facilidade de uso, a economia de tempo e o ganho em acesso a cuidados de saúde.
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Hanna Krysthell, profissional de Customer Success da plataforma de telemedicina MedViva, observa que a teleconsulta tem se mostrado eficaz no acompanhamento médico, inclusive para pessoas da terceira idade.
“A teleconsulta é sinônimo de comodidade, segurança e atenção à saúde em tempo real. Por isso, é essencial o acompanhamento médico de qualidade sem necessidade de deslocamento, como no caso de muitos idosos”, pontua a profissional.
A especialista em atendimento ao cliente ressalta que, para tornar o atendimento digital mais acessível e acolhedor para idosos, é fundamental oferecer soluções simples. “É importante simplificar desde a interface do aplicativo até o atendimento humanizado por telefone e WhatsApp. O objetivo é que o idoso se sinta amparado, como se estivesse conversando com um médico no consultório”, explica.
Krysthell destaca que estratégias como lembretes automáticos, suporte ativo e programas de incentivo podem motivar o uso contínuo da plataforma. “O cuidado só faz sentido se for constante e preventivo, e a tecnologia é deve ser uma aliada nesse processo”, evidencia.
Para a profissional da MedVida, o impacto da telemedicina para pacientes da terceira idade sobressai em algumas especialidades: “Os melhores resultados aparecem na geriatria, cardiologia, endocrinologia e também no suporte psicológico. São áreas que exigem acompanhamento contínuo e a telemedicina é capaz de facilitar esse cuidado”.
A especialista revela que a plataforma MedVida está investindo em novas parcerias com empresas que possuem integração com dispositivos de monitoramento remoto, especialistas e inteligência artificial (IA) para tornar o atendimento mais personalizado para a terceira idade.
Aumento do uso da telemedicina no Brasil
Segundo dados do Panorama das Clínicas e Hospitais 2025 – pesquisa desenvolvida pela Doctoralia em parceria com a Feegow – divulgados pelo portal especializado Medicina S/A, 68% das instituições de saúde no país oferecem o serviço de telemedicina. Na edição de 2024 do estudo, o percentual era de 64%.
Para Krysthell, o aumento de instituições oferecendo telemedicina mostra que o mercado compreende que o futuro do cuidado é híbrido. “A telemedicina é uma mudança estrutural na forma como a saúde é oferecida, ela democratiza o acesso à saúde, principalmente em locais distantes ou com carência de médicos”, pontua.
A telemedicina no Brasil teve início oficial em março de 2020, com autorização temporária do Ministério da Saúde durante a pandemia. Em 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou a prática, consolidando a telessaúde como serviço médico formal no país.