O ensino superior brasileiro enfrenta uma evasão de 57,2%, segundo o Mapa do Ensino Superior 2024, divulgado pelo Instituto Semesp – entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil. O índice considera redes públicas e privadas, além das modalidades presencial e a distância. A situação é mais crítica nas instituições privadas, onde a evasão chega a quase 61%.?
Entre os principais fatores estão as dificuldades financeiras, a falta de identificação com o curso, a escolha motivada apenas por preço ou localização e o excesso de opções mal compreendidas. Para o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, o problema também passa por um desalinhamento entre o modelo tradicional de ensino e o perfil dos estudantes: “Há falta de aderência da oferta do ensino superior em relação às expectativas dos jovens de hoje. Eles?querem contato com mercado de trabalho cedo, vida digital e ingressar em um bacharelado de quatro ou cinco anos pode frustrá-los.”
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Na contramão desse cenário, Wagner Sanchez, pró-reitor do Centro Universitário FIAP, afirma que a instituição apresenta taxas de evasão significativamente menores do que a média nacional. De acordo com ele, o desempenho é reflexo do alinhamento dos cursos com o mercado de trabalho, da metodologia prática baseada em desafios reais e do foco na formação para empregabilidade. Entre os destaques da instituição estão os cursos tecnólogos — graduação de nível superior reconhecida pelo MEC, com duração de dois a três anos e foco direto na atuação profissional.
“O aluno que precisa começar a trabalhar logo ou que tem menos recursos financeiros encontra no tecnólogo um caminho viável. Em cerca de seis meses, já pode conseguir um estágio e iniciar a carreira”, afirma Sanchez. Além disso, ele aponta que essa modalidade também é uma opção para quem já possui uma graduação e busca reorientar a carreira e se qualificar em outra área rapidamente.
Para quem ainda está em dúvida sobre a área de atuação, o pró-reitor da FIAP indica o bacharelado, já que oferece uma visão mais ampla das possibilidades dentro de campos como tecnologia da informação ou engenharia. Mas para estudantes decididos — como os interessados especificamente em cibersegurança ou ciência de dados — o tecnólogo oferece a vantagem de ir direto ao ponto. “O MEC criou esta modalidade de graduação justamente para atender a um público que precisa entrar no mercado com agilidade. É uma formação superior legítima, com qualidade, mas voltada para a prática e a empregabilidade”, conclui.