
A popularidade de Donald Trump mergulha em terreno negativo, refletindo um desgaste político crescente e um eleitorado cada vez mais descrente. Pesquisa conjunta do The Economist e YouGov, divulgada nesta segunda (11), aponta índice líquido de aprovação em -15 pontos percentuais — 40% aprovam, 55% desaprovam sua gestão.
A crise se agrava diante do impacto político das revelações sobre o caso Jeffrey Epstein, cuja suspeita de encobrimento pelo governo une mais de dois terços dos americanos, incluindo metade dos republicanos, na convicção de que informações seguem ocultas.
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Reeleito em 2024 sob a promessa de um vigoroso otimismo econômico — salários em alta, inflação zerada, prosperidade inédita para a classe média — Trump agora enfrenta um eleitorado desiludido. A aprovação econômica, inicialmente positiva após a posse, despencou após declarações agressivas na guerra comercial e a volatilidade do mercado, corroendo a confiança de investidores e consumidores.
Aprovação de Donald Trump — visualização
Dados baseados no *The Economist* e *YouGov* (atualizados em 11 de agosto de 2025).
Evolução do Índice Líquido de Aprovação (%)
Aprovação por Tema (Índice Líquido)
Aprovação por Demografia
A rejeição ultrapassa os limites dos tradicionais redutos democratas. Projeções indicam retração de apoio até em regiões que o elegeram recentemente. O perfil demográfico da base se estreita: homens brancos continuam fiéis, enquanto jovens, minorias e eleitores mais escolarizados adotam postura crítica. Surpreendentemente, até eleitores idosos — pilar histórico do Partido Republicano — revelam distanciamento.
Para o Partido Republicano, o cenário é delicado às vésperas das eleições legislativas, num contexto político instável. As preocupações públicas estão focadas em inflação e preços (20%), economia e empregos (14%) e saúde (11%). Enquanto republicanos mantêm a imigração e cortes de impostos como prioridades, democratas apontam saúde e mudanças climáticas no topo da agenda.
Sem possibilidade de reeleição em 2028, Trump depende do capital político para manter seu poder de influência. Historicamente, mesmo com maioria no Congresso, um presidente fragilizado nas pesquisas enfrenta dificuldades para avançar sua agenda. E os números indicam que o “segundo ato” do ex-presidente tende a ser mais turbulento que o primeiro.