
As investigações em curso pela Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal (PF), devem revelar uma infiltração ainda maior do crime organizado em setores formais da economia, como o de combustíveis. A avaliação foi feita pelo deputado Julio Lopes (PP-RJ) em entrevista à Rádio Câmara, nesta quinta-feira (4).
O deputado preside a Frente Parlamentar Mista de Combate à Pirataria e participa de conversas com o setor industrial sobre o impacto da ilegalidade na economia e na segurança pública.
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“A CNI [Confederação Nacional da Indústria] tem um relatório que mostra que o Brasil perde algo em torno de R$ 485 bilhões por ano com evasão fiscal em alguns setores. No setor de combustíveis, são R$ 62 bilhões”, contabilizou. “O Brasil ainda vai se surpreender muito e terá muitos sustos com relação ao que virá a partir dessa Operação Carbono Oculto”, afirmou o deputado.
Dados da fraude
A operação da PF indica que, entre 2020 e 2024, houve uma movimentação de pelo menos R$ 52 bilhões pelo crime organizado, por meio de empresas de diferentes setores econômicos, como fintechs e postos de combustíveis.
Nesta quarta-feira (3), o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que os nomes dos postos de combustíveis envolvidos só serão divulgados depois que houver a confirmação da participação deles nas fraudes.
Projeto na Câmara
Antes mesmo da operação da Polícia Federal, Julio Lopes e outros 16 deputados já haviam apresentado um projeto de lei (PL 2646/25) para intensificar o combate ao crime organizado, especialmente em setores formais da economia, como o de combustíveis.
O texto aguarda votação na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.