A dependência química é considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pode estar associada a mais de duzentos problemas de saúde, conforme dados de uma publicação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, vinculada ao Ministério da Saúde. Além disso, o consumo de drogas lícitas ou ilícitas pode ser um fator de risco para a violência e acidentes rodoviários.
Em média 4,4 milhões de homens e 1,2 milhão de mulheres na América Latina e no Caribe sofrem de transtornos relacionados ao uso de drogas em algum momento das suas vidas, de acordo com indicativos publicados pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
• Clique aqui agora e receba todas as principais notícias do Diário de Curitiba no seu WhatsApp!
Para o Dr. Mauricio Horiguela, psiquiatra especialista em dependência química da Clínica de Recuperação Jequitibá, o reconhecimento da dependência química como doença pela OMS permite que se abandone a visão moralizante da questão. “Isso favorece políticas públicas, cobre planos de saúde e encoraja a busca por tratamento”, explica
O médico ressalta que é importante prestar atenção aos principais sinais de que uma pessoa pode estar desenvolvendo um transtorno por uso de substâncias, como alterações no humor e isolamento social. “Outros pontos de atenção incluem fenômenos como queda de desempenho, comportamento impulsivo, uso em situações de risco e dependência emocional ou física clara”, detalha.
Na visão de Horiguela, também é fundamental que a sociedade encare a dependência química como uma condição clínica, e não como uma falha de caráter ou falta de força de vontade. “Encarar como transtorno clínico tende a trazer acolhimento, não estigma, aumentando a adesão e a continuidade do tratamento”, afirma.
Plano terapêutico e apoio familiar são fundamentais
Marcela Abrahão, psicóloga clínica e coordenadora de tratamento contra dependência química da Clínica de Recuperação Jequitibá, observa que a abordagem não é a mesma para todos os pacientes: “Cada caso é avaliado individualmente. Psicopatologia, tipo de substância, comorbidades e contexto social moldam o plano terapêutico”.
Abrahão conta que diversos fatores biopsicossociais são levados em conta na hora de elaborar um plano terapêutico personalizado, como avaliação genética, neuroquímica, histórico pessoal, coocorrência de transtornos como ansiedade e depressão, ambiente familiar e profissional.
A psicóloga também chama a atenção para o papel da família na recuperação de um dependente químico. “A família fornece suporte afetivo, cooperação em rotina terapêutica e ajuda na manutenção da abstinência, sem gerar codependência”, pontua.
“Muitos pacientes alcançam recuperação sustentada, mas mesmo aquele que recidiva pode viver com qualidade, se mantiver estrutura terapêutica contínua”, complementa.
A Clínica de Recuperação Jequitibá é um centro de tratamento localizado em Atibaia (SP) que oferece tratamentos para saúde mental, reabilitação para dependência química e comportamental.
Para mais informações, basta acessar: https://jequitibareabilitacao.com.br/