Em meio a um cenário econômico pontuado por desafios, o setor de fintechs de crédito brasileiro segue avançando enquanto se adapta a adversidades como juros altos e instabilidades nos mercados internacionais. Para se ajustar ao contexto de liquidez restrita, que também tem impactado o ecossistema de crédito, as empresas do segmento ampliaram a incorporação de garantias em suas operações. A conclusão é do estudo Pesquisa Fintechs de Crédito Digital 2025, realizado pela Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e pela PwC Brasil, e que avaliou a atuação de 44 fintechs durante o ano passado.
De acordo com o levantamento, 77% das fintechs participantes aceitavam garantias em 2024. Em 2023, o índice era de 70%, enquanto dois anos antes atingia apenas 34%. O estudo aponta que consignados e recebíveis são os tipos de garantias mais aceitas, ambos com 46% de participação. Em seguida aparecem aplicações financeiras, disponíveis em 29% das fintechs pesquisadas, e bens e imóveis, com 27%.
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A Pesquisa Fintechs de Crédito Digital 2025 ressalta ainda que “modalidades como o crédito consignado e a antecipação do saque-aniversário do FGTS têm se destacado por oferecer colaterais de execução mais simples e eficientes, o que facilita a expansão do crédito garantido e contribui para a redução do risco nas operações”. Adicionalmente, o material enfatiza o fortalecimento dos produtos com garantia, cuja participação nessas operações subiu de 48% para 62%.
“Em tempos de liquidez restrita, o emprego de garantias se tornou um elemento importante para equilibrar risco e retorno, trazendo estabilidade às carteiras de crédito e, ao mesmo tempo, contribuindo para um ecossistema mais acessível e eficiente”, afirma Claudia Amira, diretora executiva da Associação Brasileira de Crédito Digital.
A nova edição da Pesquisa Fintechs de Crédito Digital 2025 revela que as fintechs concederam R$ 35,5 bilhões em crédito em 2024, volume 68% superior em relação ao ano anterior, que somou R$ 21,1 bilhões. O estudo mostrou também que houve ampliação na base de clientes das empresas participantes, superando 67,5 milhões entre as pessoas físicas, uma alta de 26% em relação a 2023, considerando clientes no Brasil e no exterior.
O estudo completo pode ser acessado em https://creditodigital.org.br/estudos/.