A arquitetura sustentável tem transformado os processos de concepção e construção de moradias no Brasil. Baseada em eficiência, funcionalidade e baixo impacto ambiental, essa abordagem propõe soluções que conciliam o uso racional de recursos naturais, a redução de desperdícios e a adoção de materiais adequados ao clima local.
Práticas tradicionais, como a taipa de pilão — técnica que compacta terra crua em fôrmas de madeira — vêm sendo retomadas por profissionais do setor devido ao seu desempenho térmico e ambiental. Paralelamente, métodos como steel-frame, tijolo solo-cimento e madeira engenheirada são aplicados em projetos que demandam agilidade, durabilidade e menor geração de resíduos.
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A arquiteta Drika Palermo, da FADP + Arquitetura, afirma que "a arquitetura sustentável envolve mais do que eficiência energética ou técnicas construtivas. A neuroarquitetura demonstra que o ambiente influencia emoções e comportamentos, e que o projeto deve considerar conforto térmico, iluminação natural e uso de materiais responsáveis".
A integração entre estratégias passivas — como ventilação cruzada, sombreamento e iluminação zenital — e tecnologias ativas — como energia solar e captação de água da chuva — tem resultado em edificações com menor custo de operação.
Conforme dados do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), construções planejadas sob esses princípios ganham destaque no cenário nacional. Projetos acadêmicos, como o artigo "Eficiência Energética em Edificações: Estratégias e Tecnologias para Redução do Consumo Energético e Sustentabilidade", de Elias Ferreira Nascimento e Patrick Peres Oliveira, apontam que a adoção de práticas integradas de eficiência energética no setor da construção civil no Brasil é crucial para reduzir impactos ambientais.
O planejamento é apontado como etapa decisiva para o sucesso de um projeto sustentável. A correta orientação solar, o espaço destinado a sistemas de captação e o uso de materiais de baixo impacto devem ser definidos desde a concepção. A empresa i9 Solar, que atua na implantação de soluções integradas em sustentabilidade, participa de projetos residenciais e empresariais com foco em energia fotovoltaica, aquecimento solar e automação. Segundo o CEO Flavio Abreu, "a arquitetura sustentável representa a convergência entre tecnologia, economia e responsabilidade ambiental".
A sustentabilidade também envolve aspectos econômicos e sociais. Um projeto eficiente reduz impactos ambientais, apresenta viabilidade financeira e valoriza a mão de obra local. Para a arquiteta Priscilla Kakazu, do Estúdio Oiti, "a aplicação correta das técnicas depende de planejamento e capacitação de profissionais e fornecedores".
A consolidação da arquitetura sustentável demonstra que a construção civil passa por um processo de transformação. A combinação entre inovação tecnológica e responsabilidade ambiental aponta caminhos para edificações mais eficientes e cidades mais equilibradas.
